Londrina

Projeto da UEL desenvolve novo modelo de máscara cirúrgica de alta proteção

15 abr 2020 às 12:00

Um projeto desenvolvido por professores dos Departamentos de Enfermagem e de Design da UEL (Universidade Estadual de Londrina) resultou no desenvolvimento e na produção de um novo modelo de máscara recomendada para profissionais de saúde que poderá substituir o tradicional utilizado em ambiente hospitalar, mas que devido à grande procura, encontra-se em falta no mercado mundial. Um primeiro lote de aproximadamente 400 unidades foi entregue nesta terça-feira (14), à direção do HU (Hospital Universitário).

Outras cerca de 15 mil unidades deverão ser produzidas nas próximas semanas pelos detentos da PEL (Penitenciária Estadual de Londrina I), por meio de acordo estabelecido entre a UEL e a unidade prisional. O objetivo é aproveitar a mão de obra dos detentos para a produção em larga escala, atendendo uma necessidade de urgência do HU/UEL, que é o hospital de referência para tratamento do coronavírus. Os modelos são feitos em SMS (Spunbond Meltblown Spunbond), seguindo Resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).


Segundo o reitor da UEL, Sérgio Carvalho, trata-se de um EPI (Equipamento de Proteção Individual) recomendado para os profissionais de saúde neste momento de excepcionalidade. Ele considera o novo modelo de máscara como inovação, uma vez que se trata de um produto confeccionado a partir de pesquisa acadêmica e que chega ao conjunto da sociedade trazendo grande benefício.


"O trabalho dos pesquisadores foi dar nova vida a um produto conhecido, no caso o SMS. Foi uma adaptação que agora será largamente utilizado pelos profissionais de saúde pública", definiu Sérgio Carvalho. Segundo ele, a iniciativa da UEL deverá agora ser informada ao Governo Estadual, uma vez que várias Universidades públicas do estado também estão atuando em várias frentes, inclusive utilizando a disponibilidade de detentos para produção em larga escala. "Para nós o mais importante é destacar que uma produção científica doméstica nos liberta do mercado internacional neste momento, nos dando segurança para atender os pacientes", afirmou.


A superintendente do HU, Vivian Feijo, destacou que houve, por causa do coronavírus, um aumento na procura pelos EPIs e o hospital se deparou com escassez da máscara no mercado. Ela ressalta que mesmo tendo recursos financeiros para comprar o produto, não está fácil encontrá-lo em grande quantidade.


Parceria


A iniciativa partiu das professoras Danielly Negrão, do Departamento de Enfermagem, do CCS, e Thassiana Miotto, do Departamento de Design, CECA, preocupadas em oferecer proteção e segurança às equipes de saúde que atendem no HU/UEL. Além do lote de cerca de 400 máscaras entregues nesta terça-feira, as professoras já produziram outras quatro mil unidades, a partir do modelo da máscara tradicional.


A professora Thassiana Miotto explica que a modelo é indicado para proteção, principalmente, das vias aéreas na realização de procedimentos de saúde. A diferença para o protótipo desenvolvido é que a modelagem deste apresenta maior vedação. "Agora nessa situação em que estamos vivendo, a gente precisa barrar o aerossol quando a pessoa tosse ou espirra. Essa máscara foi pensada para não deixar espaço para nenhuma partícula entrar em contato com o profissional de saúde", afirma a professora.

O projeto recebeu a doação de material para a produção de 15 mil unidades. Parceira da proposta, a confecção Cris Jeans, de Cambé, foi a responsável pelo corte do material. A costura e a finalização das máscaras serão feitas por duas empresas (Di Hoffmann e Santa Seta), também voluntárias no projeto. A professora Danielly Negrão afirma que, também, está consolidada a parceria com a direção da PEL I para usar a mão de obra dos internos da unidade.


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