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Direitos humanos

Prostitutas debatem direitos e saúde

Redação - Folha de Londrina
31 mai 2003 às 15:50

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Quem somos? Quais são os nossos direitos e deveres? O que fazer para melhorar a auto-estima? Desde sexta-feira, prostitutas de Londrina estão reunidas para responder a estas e outras perguntas na 1ª Oficina de Capacitação das Trabalhadoras do Sexo de Londrina.

O evento, promovido pelo Projeto Educação das Trabalhadoras do Sexo (Petas), em parceria com a Associação Projeto Educação do Assalariado Rural Temporário (Apeart) e a Secretaria Municipal da Mulher, termina neste domingo.

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Os trabalhos foram coordenados pela fundadora e presidente da Associação das Prostitutas do Ceará, Aproce, e representante nordestina da Rede Nacional das Prostitutas, Rosarina Sampaio, 46 anos.

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Ela trabalhou durante 13 anos como profissional do sexo. Aos 21 anos, quatro filhos, separada e sem muita instrução, Rosarina disse que se viu obrigada a vender o corpo. Chegou a ser proprietária de um prostíbulo e aos 34 anos conheceu um cliente que viria a ser seu futuro marido.

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Desde 1985, Rosarina milita em defesa das prostitutas. ''Sofri com o preconceito e a discrimação, mas não me arrependo da minha escolha. Nunca mais passei fome e sustentei os meus filhos com o dinheiro da prostituição'', justificou.


Durante a oficina, Rosarina trabalhou temas como cidadania, sexo seguro e organização de classe. ''A prostituta é acima de tudo uma cidadã, que possui direitos e deveres como todo mundo'', declarou. Por meio de palavras e imagens, as mulheres expressaram suas reivindicações e sentimentos. ''Somos trabalhadoras'', ''Queremos dignidade e respeito'', eram algumas das frases escritas em letras que denunciavam pouca escolaridade.


Para as prostitutas, a oficina serviu para reforçar o que elas já sabiam e também para aprender. ''Só tenho relações sexuais com clientes que utilizam camisinha'', revelou Isabel, 45 anos, mais de 20 de profissão. Isabel 'batalha' com várias colegas na Praça na Praça Rocha Pombo, local que atrai clientes mais velhos.

Segundo a coordenadora, do Petas, Gisélia Duarte Dias, a realização da oficina está inserida numa proposta maior de escolarização e organização da categoria. ''O nosso objetivo é mobilizar as prostitutas para criar uma associação pela luta dos direitos das profissionais do sexo em Londrina'', revelou.


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