Quatorze áreas verdes de Londrina foram adotadas por empresários, comerciantes e moradores, que se responsabilizam pela manutenção desses espaços. A "parceria" com o poder público é possível graças ao projeto Boa Praça, da Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU), que completa em outubro um ano de funcionamento. Outras 12 propostas estão em trâmite para adoção e mais aguardando análise da companhia.
O balanço do projeto foi apresentado na manhã de quinta-feira (6) pela engenheira urbana da CMTU, Eliene Moraes, durante reunião do Fórum Desenvolve Londrina, realizado na Associação Médica de Londrina. Segundo ela, os 13 locais adotados equivalem a uma área de 22.528 m², onde o poder público não precisa fazer mais a manutenção. "Isso representa uma economia de R$ 4.336,64 por mês com serviços de roçagem", aponta. Ela explica que os responsáveis não podem realizar propaganda no espaço. "Só está autorizada a identificação da empresa."
Segundo Eliene, esse projeto é um exemplo do exercício da cidadania e de interação da comunidade com o poder público para cuidar da cidade. "Ele ajuda a inserir a sociedade no cuidado com a cidade e alivia o município da obrigação do cuidado com determinadas áreas e, consequentemente, dos recursos gastos nelas", reforça o presidente da CMTU, José Carlos Bruno.
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AGENTE TRANSFORMADOR
Um dos primeiros a adotar uma área verde foi Danilo de Azevedo, empresário do setor de peças automotivas. Inicialmente ele adotou um canteiro no cruzamento das ruas Pernambuco e Fernando de Noronha (centro), mas logo ampliou o número para cinco. Ele conta que já fazia a manutenção dos canteiros, mas com a Lei Cidade Limpa teve que retirar as placas que mantinha no local. "Mas agora com o Boa Praça, não existe mais esse risco de removerem esse material; está tudo regulamentado", aponta.
Azevedo informa que contratou uma empresa de jardinagem para realizar o serviço de capina, limpeza, coleta e destinação dos resíduos verdes. "Em uma parceria público-privada, os dois lados ganham e quem acaba beneficiada é a população, pois a cidade vai ficando mais limpa", argumenta. "As pessoas em geral só sabem reclamar. Eu gosto de pessoas que assumem o papel de agente transformador da sociedade. Essas ações são muito legais", argumenta.
O representante comercial aposentado Samuel Melo é frequentador do espaço na Fernando de Noronha e elogia o projeto. "É uma excelente iniciativa. Os empresários estão tendo interesse de manter a beleza da cidade. O poder público nem sempre tem condições de manter as praças e canteiros de acordo com a demanda necessária", observa.
Mas é preciso que o projeto se expanda mais. Londrina possui 300 praças e mais de 800 áreas de fundo de vale e áreas públicas que podem ser adotadas. O atendente Josecler Carvalho afirma que é preciso que esse projeto chegue aos bairros. "Lá no Jardim Maria Lúcia (zona oeste) está muito abandonado", cobra. Podem ser adotados praças públicas, canteiros, jardins, rotatórias, entre outras áreas verdes.