‘’Quando foi que, para estar vivo, não precisou de licença?’’ rima a multiartista Luli MC em ‘Manifesto de Consciência’, canção que integra seu primeiro álbum "Pede Agô", lançado na última semana.
A frase tem conexão direta com o título do projeto, onde o termo iorubá ‘’Agô’’, representa o ato de pedir licença ou permissão.
Em dez faixas dispostas entre os gêneros drill, trap e afrobeat, Luli versa sobre ancestralidade, luta antirracista e as vivências no cotidiano de uma jovem negra moderna. ‘’Pede Agô’’ está disponível em todas as plataformas digitais.
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Um dos principais elementos que conduz o rap é a batida. No álbum de Luli, o responsável pelos beats é o Dj Samu aka Suguiura, grande nome do cenário londrinense.
‘’Tem muito de ouvir a batida e entender do que é possível falar no som, mas também já tenho definidas as coisas que quero pautar’’, comenta a artista.
Essa curadoria durou dois meses e só depois Luli começou o processo de composição: para os beats de drill, vertente mais densa, o mote são questões de raça; para o trap, gênero mais fluído, o estilo de vida voltado para o público feminino; e com os afrobeats estão os temas ligados à ansiedade e depressão.
Em ‘’Dandara: A Força’’, música que introduz o projeto, Luli reflete sobre a conexão com a ancestralidade para se reerguer. ‘
’Escrevi em um momento em que estava bem pra baixo, então foi importante ‘virar a chave’ e pensar que ‘você só consegue impulso se estiver com os pés no chão, e às vezes, o único chão disponível é o fundo do poço’’, explica sobre a composição que cita Dandara e Zumbi dos Palmares, marcos de resistência no período escravocrata.
‘’É necessário se conectar com a sua espiritualidade, com seus sonhos e seus desejos’’, completa.