A partir de zero hora do próximo domingo, o transporte coletivo em Londrina vai ser reajustado em 18,5%. O valor da tarifa urbana passa de R$ 1,35 para R$ 1,60.
O anúncio foi feito no final da tarde desta quinta pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização (CMTU) e o percentual de reajuste foi igual ao concedido pelas empresas aos salários dos trabalhadores. A tarifa do Psiu também sofreu reajuste - de R$ 1,50 para R$ 2,05.
O aumento, o segundo desde dezembro do ano passado, desagradou os usuários. O vendedor Deri (ele não informou o sobrenome), que gasta 50 passes por mês - a partir de domingo R$ 80,00 -, não aprovou o aumento.
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E ainda reclamou que para reajustar a tarifa ''precisaria, primeiro, organizar o transporte e aumentar a quantidade de ônibus circulando nos horários de maior movimento''.
As empresas que exploram o serviço também não ficaram satisfeitas. A Transportes Coletivos Grande Londrina (TCGL) e a Francovig haviam protocolado ontem na CMTU um ofício informando que as simulações feitas em suas planilhas, incluindo já o reajuste da categoria, apontavam para uma tarifa de R$ 1,72, ''sem considerar as perdas que o sistema já acumulou''.
O gerente geral da TCGL, Gildalmo de Mendonça, comentou que o valor sugerido era ''o satisfatório para uma remuneração justa do sistema, mas mais uma vez o valor está defasado''. O diretor administrativo da Francovig, Francisco Henrique, também reforçou, através da sua assessoria, que o preço da nova tarifa contempla apenas parte da recomposição, ''uma vez que o setor vem trabalhando há tempo com desequilíbrio econômico, como demonstrado através de documentos''.
Ele afirmou que esses demonstrativos já continham inclusive a baixa recente no preço do diesel. Para destacar a defasagem, Henrique comparou que em Curitiba o preço da passagem é R$ 1,65 e o salário de um motorista é de R$ 820,00. Em Londrina, com o reajuste, o salário passou para R$ 1.015,00.
De acordo com o presidente da CMTU, Wilson Sella, a nova planilha considerou a alteração do valor de diesel de R$ 1,19 (valor da planilha anterior) para R$ 1,29. Com isso, 18% da passagem representará custos com combustível, enquanto 51% serão referentes à folha de pagamento. A porcentagem restante será destinada a outros encargos.
Sella explicou porque, ao contrário de Curitiba, que teve diminuição da tarifa este mês, a tarifa de transporte coletivo em Londrina aumentou. ''Curitiba já tinha efetuado um reajuste da tarifa em fevereiro, decorrente do aumento do preço do diesel na época. O que acontece é que lá o sistema é diferente: a prefeitura fica com o dinheiro da passagem e paga às empresas de transporte um valor por quilômetro rodado. Eu até acho que esta redução da tarifa não se sustenta'', disse o presidente.
A CMTU deve abrir na segunda-feira os envelopes para a licitação de um serviço de assessoria, que analisará o sistema de transporte coletivo de Londrina com o objetivo de sugerir alterações.