O bailarino Pavel Dmitrichenko, do Bolshoi, foi sentenciado a seis anos de prisão nesta terça-feira (3) por ter participado de um ataque com ácido contra o diretor balé. O crime expôs as brigas e intrigas dos bastidores do famoso teatro russo.
A juíza do caso declarou Dmitrichenko culpado por planejar o ataque contra Sergei Filin, que perdeu a maior parte da visão em um olho e 20% do outro no ataque, ocorrido em 17 de janeiro.
O ex-presidiário Yuri Zarutsky, que jogou o ácido no rosto de Filin, foi condenado a 10 anos e o motorista Andrei Lipatov à pena de quatro anos de detenção. A juíza Yelena Maximova concluiu que Dmitrichenko e os outros dois envolvidos planejaram atacar Filin meses antes do crime.
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O bailarino disse, durante o julgamento, que havia concordado com a ideia de Zarutsky de espancar Filin, mas afirmou que não sabia de sua intenção de usar ácido no ataque. Ele declarou-se inocente, embora tenha admitido ter "responsabilidade moral" porque falou mal de Filin na frente de Zarutsky.
Os advogados dos réus afirmaram que vão apelar das sentenças.
Em seu testemunho, Filin descreveu Dmitrichenko como uma pessoa volátil e ameaçadora, que estava sempre se envolvendo em encrenca, mas não chegou a acusá-lo de ter planejado o ataque.
Dmitrichenko disse ter ficado chocado ao ouvir sobre o ataque com ácido no noticiário e disse a Zarutsky que ele deveria se entregar para a polícia. Ele afirmou no tribunal que Zarutsky disse a ele para ficar em silêncio e ameaçou realizar um ataque semelhante contra a namorara de Dmitrichenko, se ele fosse à polícia.
A juíza concordou que Dmitrichenko não estava ciente do plano do uso de ácido, mas concluiu que o bailarino esteve envolvido nos planos prévios do ataque e que forneceu a Zarutsky a localização da casa de Filin, além de ligar para ele imediatamente antes do ataque.
Durante o julgamento, Dmitrichenko afirmou que foi preterido na escolha para as melhores obras do teatro. Ele disse ter contado a Zarutsky que desaprovava o estilo de gestão de Filin.
Ele declarou que sempre disse que Filin havia sido um excelente bailarino, mas o responsabilizou em parte pela atmosfera negativa no teatro. Ele citou vários incidentes no quais membros do elenco acabaram chorando durante calorosos conflitos com Filin.
Filin não negou os incidentes e afirmou que eles foram simplesmente parte do "processo artístico".