A Bielorrússia realizou neste domingo eleições parlamentares sem os principais partidos de oposição, que boicotaram o pleito para protestar contra prisões políticas e fraude eleitoral. A eleição deve preencher 110 lugares no parlamento, controlado pelo presidente Alexander Lukashenko, que governa o país desde 1994. Observadores ocidentais qualificaram todas as eleições recentes no país como antidemocráticas.
Ao depositar seu voto ao lado do filho de 7 anos, Lukashenko disse já esperar protestos. "O principal show aqui começa sempre depois das eleições, portanto, tudo pode acontecer, embora, é claro, Deus permita que nada ocorra", afirmou. "Todos os tipos de absurdo político sempre ocorrem aqui após os resultados serem anunciados."
A oposição esperava usar esta eleição para obter apoio contra Lukashenko, mas 33 de 35 candidatos do Partido da União Civil foram impedidos de fazer propaganda na televisão, e a imprensa estatal se recusou a publicar suas propostas. "Estamos pedindo aos eleitores que (...) ignorem e boicotem esta farsa eleitoral", disse o líder do partido, Anatoly Lebedko. A outra sigla que boicotou a votação foi a Frente Popular Bielorrussa. O presidente disse que o boicote dos partidos da oposição ao pleito reflete sua fraqueza.
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Cerca de 40 candidatos de partidos comunistas e de esquerda críticos de Lukashenko concorreram. A expectativa, no entanto, era de que não se elegeriam para o parlamento, que é totalmente ocupado por aliados do governo.
Cerca de 28% dos eleitores aptos já haviam votado durante a semana antes da eleição, participando da votação antecipada, que foi fortemente promovida pelas autoridades. Urnas ficaram desprotegidas nas seções de voto por dias, situação que os observadores descreveram como uma fonte de possíveis fraudes.
Lukashenko tem intensificado a repressão à oposição desde a eleição presidencial em 2010, que provocou um protesto em massa contra fraude eleitoral. Na ocasião, a polícia prendeu cerca de 700 pessoas. Algumas ainda estão na cadeia, incluindo o candidato à presidência Nikolai Stankevich. As informações são da Associated Press.