Cristina Kirchner será presidente da Argentina a partir do dia 10 de dezembro, quando toma posse. A candidata da Frente pela Vitória venceu a eleição realizada neste domingo. Com 71,42% das urnas apuradas, ela tinha 43,4% dos votos, contra 23,03% de Elisa Carrió (Coalizão Cívica) e 17,74% de Roberto Lavagna (Uma Nação Avançada).
Um candidato vence no primeiro turno quando obtém 45% dos votos ou então 40%, desde que tenha vantagem de dez pontos percentuais sobre o segundo colocado. Esta é a regra eleitoral desde 1994, quando os ex-presidentes Raul Alfonsín e Carlos Menem firmaram o Acordo de Olivos.
Principal candidata da oposição, Carrió relutou em reconhecer a derrota, que boa parte da imprensa argentina, baseada nas pesquisas de boca-de-urna, dava como certa desde as 19 horas (20 horas de Brasília), quando a votação foi encerrada. Só à 1h30 (2h30 de Brasília), Carrió veio a público afirmar que Cristina Kirchner é a vencedora.
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Cristina será a segunda mulher a assumir o comando do país e a primeira a ser eleita presidente, já que Maria Estela Martinez de Perón, a Isabelita, só governou de 1974 a 1976 devido à morte do marido Juan Domingo Perón, pois era vice-presidente. É também inédito o fato de uma mulher substituir o marido (no caso, Nestor Kirchner) na presidência de um país.
Às 21h58 (22h58 de Brasília), com apenas 10% da apuração concluída, Cristina foi anunciada como presidente por seus correligionários e subiu ao parlatório. Àquela altura, tinha pouco mais de 42% dos votos. A presidente eleita começou seu discurso enfatizando a ampla vantagem sobre os demais candidatos.
"Ganhamos talvez com a maior diferença entre a primeira força e a segunda desde o advento da democracia", disse, referindo-se ao período desde 1983, quando terminou a última ditadura militar do país.
Cristina mandou também um recado à oposição. "A todos que talvez, não se sabe por quê, por distintas razões, podem desqualificarnos nesse processo eleitoral, queremos estender a mão, porque é necessário reconstituir o tecido social dos argentinos".
Durante o domingo, diversos candidatos, inclusive Elisa Carrió e Roberto Lavagna, denunciaram a ocorrência de irregularidades. Teriam sido prejudicados pelo desaparecimento de cédulas eleitorais de suas coligações. Às vésperas da eleição, a oposição anunciou uma contagem paralela conjunta dos votos para se precaver contra possíveis fraudes.
ABr