A presidente Dilma Rousseff chegou neste domingo (23) a Nova York, onde fará na terça-feira o discurso de abertura dos debates entre os chefes de Estado na 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
Ainda à espera de confirmações sobre possíveis compromissos bilaterais, a agenda da presidente permanece ''em construção'', como define a assessoria do Planalto. Ela deve ficar na cidade até quarta-feira pela manhã.
Dilma vem acompanhada da filha e dos ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Marco Aurélio Garcia (Secretaria Especial de Assuntos Internacionais), Aloizio Mercadante (Educação), Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio), Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e Helena Chagas (Secretaria de Comunicação Social).
Leia mais:
Louis Vuitton lança coleção para pets com casinha de cachorro a R$ 340 mil
Justiça de Hong Kong reconhece direitos de moradia e herança para casais do mesmo sexo
Homem que nasceu no dia do naufrágio do Titanic morre aos 112 anos
França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens
Segundo o Planalto, grande parte do tempo de Dilma até a terça-feira será dedicada a burilar o discurso, ''um dos mais importantes para a projeção da imagem do Brasil no mundo'', como definiu aqui um de seus assessores.
Cumprindo a tradição desde 1947, a chefe de Estado será a primeira a abrir os debates da Assembleia Geral, logo após as falas do secretário-geral da organização, Ban Ki Moon, e do presidente da Assembleia, o sérvio Vuk Jeremic.
Temas
Um dos temas que diz respeito ao Brasil e que, espera-se, seja abordado por Dilma é o desenvolvimento sustentável, um prosseguimento do que foi acordado na Rio+20, em junho.
O acordo final estabelece que as próximas metas de desenvolvimento – que substituirão os atuais Objetivos do Milênio a partir de 2015 – incorporem os conceitos de preservação do meio ambiente, redução da pobreza e igualdade de gêneros, por exemplo.
Abrindo os trabalhos da assembleia no início desta semana, Vuk Jeremic disse que as 193 delegações da ONU têm de demonstrar um ''compromisso decisivo'' para cumprir não apenas os prazos do acordo da Rio + 20, mas também "os objetivos políticos e financeiros" que desenhou para cumpri-los.
Outro pilar desta assembleia geral é a resolução pacífica de conflitos mundiais, um assunto diretamente relacionado à discussão sobre como relacionar as turbulências no Oriente Médio, em especial na Síria.
Assessores da Casa Branca disseram à BBC que o presidente americano, Barack Obama, que falará logo após Dilma Rousseff, deverá tratar desse tema em seu discurso.
Em ano eleitoral, no qual tem sido acusado por seus rivais republicanos de leniência na sua política externa americana, espera-se ainda que Obama ofereça uma ''visão da liderança americana'' – uma tentativa de passar a mensagem de que os americanos estão hoje em uma posição no cenário externo ''mais forte'' do que estavam quatro anos atrás.
Compromissos
A assembleia anual da ONU é também um momento em que os chefes de Estado e as delegações fazem contatos bilaterais.
Por seus compromissos eleitorais, Obama já havia anunciado que não organizará reuniões com chefes de Estado neste ano – ele passará menos de dois dias em Nova York.
Segundo a assessoria do Planalto, a agenda de reuniões bilaterais de Dilma ainda está sendo construída. Uma possibilidade é que ela se encontre com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
O outro compromisso confirmado até agora é a participação da brasileira em uma reunião na terça-feira do Council of Foreign Relations, que reúne intelectuais e especialistas em política internacionais e publica a revista Foreign Affairs. Mas tais encontros são fechados para o público e a imprensa.
A maior parte da agenda bilateral será encampada pelo ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
Até a quarta-feira, ele terá uma longa lista de encontros com representantes de governos nacionais, grupos de trabalho e organizações multilaterais, entre os quais Alemanha,Turquia, a Liga Árabe e os países do bloco Brics – formado por Brasil, Rússia, China, Índia e Africa do Sul.