Para muitas pessoas, Natal e Reveillon simbolizam confraternização entre parentes e amigos. Mas para os solitários e depressivos, o final de ano aumenta as crises internas, que, em casos extremos, podem ser fatais.
Apesar de não existirem pesquisas ou levantamentos oficiais, estatísticas da área de segurança apontam que o número de tentativas de suicídio tende a aumentar em dezembro. Em Londrina, neste ano, o Corpo de Bombeiros registrou oito casos desde janeiro, sendo dois deles apenas nos primeiros 15 dias deste mês.
''Não há como identificar se os casos estão ou não relacionados ao final de ano, mas realmente é um período em que a solidão tende a aumentar dentro de cada um'', disse o cabo Rogério Dutra, que já atendeu mais de dez casos envolvendo suicídios (com e sem vítimas fatais).
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Os bombeiros ouvidos pela reportagem destacam que muitos casos não são registrados como suicídio ou simplesmente não chegam ao conhecimento das autoridades. ''Tivemos um caso em que uma jovem pulou do primeiro andar e quebrou a perna. É difícil saber o que se passa na cabeça destas vítimas'', comentou Dutra.
Para a psicóloga clínica Antônia Tomasetti Marcondes, o mês das festas provoca sensações dúbias na mente das pessoas. ''Os sentimentos se dividem entre renovação de esperanças e resgate de lembranças às vezes melancólicas. Não tenho dados concretos sobre isso, mas sempre atendo um ou outro paciente no dia de Natal, por exemplo'', explicou.
O médico psicanalista Marcelo José de Castro concorda que o índice de suicídios tende a aumentar nesta época do ano, muitas vezes levada pela ''obrigação de parecer feliz'' imposta pela sociedade moderna. ''Nessa época do ano não é surpreendente o registro de casos de suicídio. Vivemos em uma ''sociedade do espetáculo'', em que a frustração de não poder conseguir o que se deseja é cada vez maior.
leia a reportagem completa na Folha de Londrina desta quinta-feira.