Uma promotora da Suécia pediu nesta quinta-feira a prisão de Julian Assange, o fundador do site Wikileaks, especializado na publicação de documentos confidenciais, para esclarecimentos sobre alegações de estupro, abuso sexual e coerção que pesam contra ele no país.
"A razão do meu pedido é que precisamos interrogá-lo. Até agora, não tivemos a oportunidade de encontrá-lo para realizarmos o interrogatório", disse a promotora Marianne Ny em uma declaração.
O australiano Assange, de 39 anos, nega ter cometido qualquer crime e diz que as acusações "não têm fundamento".
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Segundo ele, as acusações, que surgiram em agosto, seriam parte de uma campanha para sujar sua imagem, orquestrada por críticos do trabalho de seu site.
Uma audiência na tarde desta quinta-feira vai decidir sobre a emissão de um mandado de prisão internacional contra o australiano.
Apelo
Em julho, o site Wikileaks ganhou projeção internacional ao publicar mais de 75 mil documentos militares secretos dos Estados Unidos sobre a guerra no Afeganistão.
As autoridades dos Estados Unidos criticaram o vazamento dos documentos, dizendo que ele poderia colocar em risco as vidas de soldados estrangeiros no Afeganistão e de cidadãos do país, principalmente informantes.
Para Assange, o fato de as alegações de estupro, abuso sexual e coersão surgirem no mês seguinte à divulgação dos documentos era "profundamente perturbador".
Entretanto, no fim de agosto, os promotores suecos cancelaram o pedido de prisão contra Assange, dizendo que ele não era mais suspeito de ter cometido qualquer crime.
O caso foi reaberto no início de setembro devido a um recurso apresentado por uma mulher sueca que acusou Assange de estuprá-la, mas na ocasião não houve pedido de prisão e ele recebeu autorização para deixar a Suécia.
No dia 4 de novembro, Julian Assange deu uma entrevista coletiva em Genebra, dizendo que estava pensando em pedir asilo à Suíça e basear seu site no país.