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Caos no Japão

Governo japonês teme segunda explosão em usina nuclear

BBC Brasil
13 mar 2011 às 08:36

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Autoridades do Japão informaram que existe o risco de uma segunda explosão na usina nuclear de Fukushima, que foi danificada pelo terremoto de sexta-feira e já sofreu uma explosão no sábado.


O porta-voz do governo japonês, Yukio Edano, afirmou que a usina pode aguentar o impacto e o reator nuclear não será danificado no caso de uma segunda explosão. Ele também garantiu que já estão sendo tomadas as providências para evitar uma segunda explosão.

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"Não podemos confirmar nada ainda. Mas supomos que ocorreu um derretimento e que as medidas já estão sendo tomadas. Também há a possibilidade de que tenha ocorrido um derretimento dentro do terceiro reator.

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Os engenheiros tentaram mas não conseguiram resfriar o centro de um dos reatores com água do mar, mas eles acreditam que a cobertura de concreto é forte o bastante para aguentar uma explosão e afirmam que não é provável que ocorra um derretimento.

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A Companhia Elétrica de Tóquio (Tepco), operadora da usina, afirmou que os níveis de radiação em volta da usina aumentaram acima dos limites permitidos.



Cerca de 170 mil pessoas foram retiradas das áreas próximas à usina. No sábado, o governo dobrou a área de evacuação dos moradores, de um raio de dez para 20 quilômetros em volta de Fukushima.

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Pelo menos 19 pessoas estão recebendo tratamento devido aos efeitos da exposição à radiação e dezenas de milhares de pessoas continuam a fugir da região.



De acordo com o correspondente da BBC em Tóquio Chris Hogg, um derretimento do reator 3 seria potencialmente mais sério do que o derretimento nos outros reatores, pois o combustível deste é urânio e plutônio, ao contrário do outro reator danificado que usa apenas urânio.

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Mais de dez mil



A polícia do Japão afirmou que o número de mortos apenas na província de Miyagi pode passar dos dez mil.

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Na província de Miyagi está o porto de Minamisanriku, que foi levado pelo tsunami que ocorreu depois do terremoto de 8,9 de magnitude seguido do tsunami que atingiu a costa de Honshu, a cerca de 400 quilômetros a nordeste de Tóquio, na tarde de sexta-feira.



A repórter da BBC Rachel Harvey, que está nos arredores de Minamisanriku, afirmou que as estradas para a cidade estão bloqueadas e as equipes de emergência estão encontrando corpos entre os destroços.

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As autoridades japonesas tinham informado anteriormente que mais de 2 mil pessoas morreram ou estavam desaparecidas depois do tremor e tsunami de sexta-feira.



Destroços de avião e carro no aeroporto de Sendai (AFP/Getty)

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Milhões de pessoas continuam sem eletricidade no país e as autoridades estão aumentando as operações de ajuda à medida que a escala real da tragédia fica mais clara.



O governo anunciou que o número de soldados trabalhando nas operações de resgate e ajuda na região será duplicado para 100 mil.



Ajuda



Equipes internacionais de ajuda estão sendo enviadas ao Japão, com a ajuda da ONU na coordenação da operação.



O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, já prometeu ajuda e um porta-aviões americano já está no Japão e vai ajudar na operação de resgate e ajuda e um segundo já está a caminho.



O tsunami que se seguiu ao terremoto de sexta-feira levou muita devastação à uma grande área da costa nordeste do Japão, atingindo muitas cidades e vilarejos. Os tremores secundários continuam atingindo a região.



O repórter da BBC Damian Grammaticas está em Sendai, uma das cidades mais atingidas, e afirma que a cidade está muito destruída. Grandes contêineres usados para transporte marítimo foram jogados para a terra, contra os prédios. Comida, combustível e água estão em falta.



"O tsunami foi inacreditavelmente rápido", afirmou Koichi Takarin, motorista de caminhão de 34 anos que estava dentro de seu caminhão de quatro toneladas quando a onda atingiu Sendai.



"Carros pequenos eram levados à minha volta. Tudo o que eu podia fazer era ficar dentro do meu caminhão", disse.



A cidade de Rikuzentakada, na província de Iwate, foi quase completamente inundada. O canal de televisão japonês NHK informou que os soldados encontraram centenas de corpos no local.


Ainda segundo o canal, as autoridades de Miyagi afirmaram que 7,5 mil pessoas da cidade de Minamisanriku foram levadas para 25 abrigos depois do terremoto. Mas eles não conseguiram entrar em contato com os outros 10 mil habitantes da cidade.


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