Um grupo de militares brasileiros que faziam segurança do transporte de alimentos nas ruas de Porto Príncipe foi alvejado com tiros na tarde de segunda-feira. O incidente foi confirmado à BBC Brasil por dois militares que integram o Batalhão Brasileiro no Haiti (BRABAT).
Segundo os relatos, houve troca de tiros assim que os primeiros disparos foram ouvidos. Um haitiano teria sido preso e identificado como membro da polícia local. Um dos militares descreveu o episódio como "natural", já que o terremoto "potencializou" a insegurança alimentar no país caribenho.
Procurado pela BBC Brasil, o comando do Batalhão não confirmou a informação dos dois militares, mas acrescentou que não seria improvável.
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Visibilidade
O comandante do contingente militar da ONU no Haiti, general Floriano Peixoto, minimizou o impacto dos recentes episódios de violência no pais. Segundo ele, a "natureza dos incidentes" registrados nos últimos dias "é a mesma" do período pré-terremoto.
"Tínhamos saques, sequestros (antes do desastre). O que temos agora é uma maior visibilidade", disse ele.
"Os incidentes já aconteciam antes do terremoto", acrescentou.
Apesar dos relatos, em situações de violência, sobretudo na favela Cite Soléil, o general diz que os casos são "pontuais". O embaixador brasileiro no Haiti, Igor Kipman, disse que violência que se vê em Porto Príncipe é "esporádica".
"A situação preocupa sim, mas não está em descontrole", disse o embaixador a um grupo de jornalistas na base militar brasileira. Ainda segundo o embaixador, a ideia de que as gangues voltaram a dominar a favela "não é verdadeira".
A expectativa, de acordo com Kipman, é que de um novo presídio, que já estava sendo construído por canadenses no país, fique pronto até março. Ate lá, os presos serão colocados em prisões provisórias.
Segundo o governo haitiano, cerca de 4 mil presos fugiram das penitenciárias de Porto Príncipe, que ficaram parcialmente destruídas e sem vigilância após o terremoto que devastou a capital.