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Jihadista admite culpa por destruição de templos em Timbuktu

Agência Ansa
22 ago 2016 às 19:02

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O jihadista Ahmad al-Faqi al-Mahdi compareceu nesta segunda-feira (22) à Corte Penal Internacional de Haia e confessou sua culpa na destruição de 14 mausoléus e de uma mesquita na cidade de Timbuktu, no Mali.

É a primeira vez na história que uma pessoa é julgada no tribunal por crimes de guerra ao destruir patrimônios da humanidade tombados pela Unesco. Mahdi foi entregue a Haia pelo Níger, após a própria corte ter emitido um mandado de prisão contra ele.

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O processo começou nesta segunda, e o jihadista admitiu sua culpa, "com profundo arrependimento e grande dor". Os monumentos foram destruídos durante a ocupação realizada pela milícia islâmica Ansar Dine, ligada à Al Qaeda, no norte do Mali em 2012.

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Com um fuzil kalashnikov nas mãos, Mahdi dava ordens para extremistas, armados com picaretas e machados, reduzirem a pó monumentos de pedra, areia e madeira da antiga Timbuktu. Foram derrubados mausoléus e mesquitas de uma época quando a cidade era um dos grandes centros do Islã medieval. Além disso, vários manuscritos desapareceram.

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Timbuktu só foi retomada um ano mais tarde, após uma intervenção militar da França. "Esse processo na Corte Penal Internacional inaugura uma era importante. Pela primeira vez, o responsável pela devastação de sítios da Unesco é chamado a responder por um crime de guerra que atinge a identidade e a alma de um povo e destrói um bem de toda a humanidade", declarou o ministro dos Bens Culturais da Itália, Dario Franceschini.


O país europeu lidera o ranking de nações com o maior número de monumentos tombados pelo órgão das Nações Unidas. O julgamento de Mahdi pode ainda abrir jurisprudência para levar ao banco dos réus membros do Estado Islâmico (EI) envolvidos na destruição de bens da humanidade, como o sítio arqueológico de Palmira, na Síria.

"Isso não leva nenhum benefício para a humanidade", admitiu Mahdi, que pode ser condenado a até 30 anos de prisão. Contudo, sua confissão pode reduzir a pena para 11 anos.


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