É na infância que aprendemos que devemos lavar as mãos sempre antes das refeições. Esse ato de cuidado e higiene é a maior arma para o controle de infecção hospitalar. Lavando as mãos e salvando vidas é o slogan da campanha promovida pela Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) do Instituto de Pesquisa Clínica Evandro Chagas (Ipec) da Fiocruz que procura integrar usuários, familiares e profissionais de saúde para evitar o crescimento de microorganismos responsáveis pelo desenvolvimento de infecções hospitalares.
"O paciente internado está mais vulnerável às infecções devido ao seu estado debilitado. A lavagem de mãos corta a cadeia de transmissão de agentes microbianos. É extremamente importante, por exemplo, que um profissional de saúde, ao assistir um paciente, lave as mãos para em seguida atender outro usuário. Assim, evita a contaminação cruzada", explica a médica infectologista, pesquisadora e professora em controle de infecção hospitalar do Ipec, Marisa Zenaide R. Gomes.
Segundo Marisa, lavar as mãos é um ato simples que impede os microorganismos de passarem de um lado para o outro. "Quando uma bactéria invade um organismo debilitado, causando as temíveis infecções hospitalares, pode até levar à morte do paciente, pois no Ipec lidamos com indivíduos com doenças infecciosas, como tuberculose e Aids. Por isso, sensibilizamos os profissionais de saúde, pacientes e familiares da importância desse cuidado".
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A médica ressalta ainda que uma infecção hospitalar é temida por causa da resistência bacteriana. "Essa resistência vem causando preocupações à sociedade científica. Ao lado da emergência de bactérias multirressistentes, as estafilococcias se apresentam como um dos problemas que atingem os hospitais na atualidade. Os médicos deparam-se com situações clínicas nas quais existem poucas alternativas terapêuticas. Tudo isso pela resistência aos antibióticos. A freqüência de infecções por agentes como o MRSA (Staphylococcus aureus, resistente a meticilina/oxacilina) tem sido reconhecida como um indicador de qualidade da assistência prestada, ou seja, níveis elevados desta infecção estão associados à não observância de medidas básicas de prevenção e controle de infecção hospitalar, entre elas a lavagem de mãos", detalha Marisa.
A prevenção e o controle de infecções hospitalares causadas por cepas resistentes envolvem medidas básicas como a higienização das mãos antes e após o contato com os pacientes e superfícies hospitalares, depois do contato com material biológico como sangue e líquidos corporais, antes e após o uso de luvas, antes e após qualquer procedimento invasivo, antes de se alimentar e após o uso do banheiro e, sempre que necessário para evitar a contaminação cruzada. "Eu reforço que lavar as mãos é uma medida de prevenção não só das infecções hospitalares, mas de qualquer infecção. Isso vale para qualquer pessoa. Lavar as mãos nas situações certas, de forma correta, evita que se pegue doenças como, por exemplo, a conjuntivite", reforça a infectologista.
Quando lavar as mãos
· Ao chegar em casa
· Antes das refeições
· Após assoar o nariz
· Após manusear dinheiro
· Antes e após usar o banheiro
· Antes de preparar os alimentos
· Depois da limpeza da casa
Como lavar as mãos
· Molhar as mãos e com uma porção de sabão líquido, friccionar uma na outra
· Limpas as partes mais escondidas das mãos, entre os dedos, embaixo das unhas e entre as pregas das palmas das mãos
· Limpar o dorso e os pulsos também
· Enxaguar as mãos retirando totalmente o resíduo de sabão
· Enxugar bem as mãos com papel-toalha
· Fechar a torneira utilizando o papel-toalha