Os 33 mineiros que ficaram presos mais de dois meses em uma mina no Chile fizeram um pacto de silêncio sobre o período logo após o acidente que os deixou soterrados. Durante 17 dias (entre 5 e 22 de agosto), eles ficaram incomunicáveis e não se sabia se estavam vivos.
Na primeira entrevista coletiva dos mineiros desde que foram resgatados, o porta-voz do grupo, Juan Illanes, disse que a experiência desses dias será guardada como "segredo de Estado", de acordo com o jornal chileno La Tercera.
O objetivo, segundo o Illanes, é "preservar a imagem dos mineiros" e também escrever um livro a partir dessa experiência.
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Os mineiros contaram que durante esses 17 dias eles tiveram de racionar água e comida para sobreviver a 700 metros abaixo da terra. Em alguns dias eles se alimentavam apenas de uma colher de atum e meio copo de leite.
Em entrevista ao jornal chileno Mercúrio, o mineiro Yonni Barrios acrescentou que o pacto também foi motivado pelas investigações que estão em curso sobre esses primeiros dias.
"Apenas nós sabemos o que aconteceu lá e o porquê de tudo. Quando a investigação for concluída, podemos comentar sobre o que ocorreu", afirmou.
Tempo de adaptação
Acompanhado de outros seis colegas, Illanes também pediu aos jornalistas "que respeitem a privacidade" dos trabalhadores e que lhes dê tempo e espaço para se adaptarem à nova realidade.
Ele afirmou que o pedido dizia respeito principalmente a Barrios, cuja história do triângulo amoroso em que vivia veio à tona enquanto ainda estava preso na mina de San José.
Illanes disse que ficou surpreso com a grande repercussão que o caso ganhou na mídia mundial,
O mineiro revelou ainda que o grupo está muito interessado em "consolidar coisas", indicando a possibilidade de se criar uma fundação que forneça capacitação profissional em diversas áreas.
Também participaram da entrevista em Copiapó os mineiros Claudio Yáñez, Juan Carlos Aguilera, Daniel Herrera, Alex Vega, Darío Segovia e Luis Urzúa.