O Ministério Público do Estado de São Paulo instaurou nesta terça-feira (06) um inquérito civil para investigar os óleos Soya e Liza, produzidos respectivamente pela Bunge e pela Cargill. De acordo com o inquérito, o MP vai apurar a denúncia feita pelo Greenpeace e tomar as providências cabíveis, que podem incluir até Ações Civis Públicas contra as empresas. A primeira medida adotada é um pedido formal de informações às empresas, que deverá ser respondido no prazo de 20 dias. As informações são da Agência Estadual de Notícias.
Em outubro de 2005, cerca de 20 ativistas do Greenpeace foram a Brasília para entregar ao governo um dossiê que comprovava a utilização de soja transgênica na fabricação dos óleos Soya e Liza. Os ativistas desceram a rampa do Congresso Nacional empurrando 20 carrinhos de supermercado cheios de latas de óleo da Bunge e da Cargill, e se posicionaram próximos à entrada da Câmara dos Deputados enquanto a denúncia era entregue aos parlamentares.
O dossiê de denúncia foi entregue em mãos aos deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e João Alfredo (PSOL-CE), reivindicando o cumprimento do decreto que determina a rotulagem dos produtos fabricados com matéria-prima transgênica. O material do dossiê trazia amostras de soja, documentos e um vídeo com declarações de caminhoneiros e imagens da realização de testes. Agora, faltando menos de 10 dias para o Dia Mundial do Consumidor, o Ministério Público do Estado de São Paulo finalmente instaurou um inquérito para investigar as informações apresentadas pelo Greenpeace em 2005.
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De acordo com o decreto de rotulagem, em vigor desde abril de 2004, todos os produtos fabricados com mais de 1% de organismos geneticamente modificados devem trazer essa informação no rótulo. Isso vale mesmo para produtos como o óleo, a maionese e a margarina, em que não é possível detectar o DNA transgênico.
As evidências entregues ao governo comprovam a utilização da soja transgênica pela Bunge e pela Cargill na fabricação de diversos produtos, como os óleos Soya, Liza, Primor e Olívia, e a falta de rotulagem dos produtos oferecidos ao consumidor.
Testes - Em julho de 2005, o Greenpeace coletou amostras de soja de diversos caminhões e realizou testes de fita Trait/SDI, que detectam transgênicos. O resultado foi positivo em todas as fábricas investigadas, com exceção da unidade da Bunge em Campo Grande/MS, que fabrica produtos para exportação e é certificada pela empresa SGS. As demais amostras, que apontaram a presença de transgênicos, foram coletadas nas fábricas de processamento de soja da Bunge m Ourinhos/SP e Dourados/MS, e na fábrica da Cargil em Três Lagoas/MS.