A eleição presidencial da Argentina começou com atraso neste domingo (28) em vários pontos do país por falta de mesários. Muitos dos que foram convocados, não compareceram, mesmo sob a ameaça de serem presos como manda o código eleitoral.
Segundo o diretor do Comitê Nacional Eleitoral, Alejandro Tulio, cerca de 700 voluntários compareceram para ocupar as vagas de mesários e a situação se normalizou cerca de duas horas depois de aberta a votação.
Mesmo assim, em Buenos Aires e em outras cidades do país, as filas se tornaram uma problema neste domingo, por causa da falta de mesários. O G1 divulgou que dois homens morreram enquanto esperavam para votar, segundo infomações do jornal "La Nación".
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Em Carmen de Patagones, um homem de 63 anos sofreu um ataque cardíaco na porta da escola. Ele esperava a abertura da mesa eleitoral onde estava cadastrado para votar. Segundo a polícia, ele foi atentido e levado para o Hospital Municipal Pedro Ecay, mas morreu minutos depois.
Outro homem de 63 anos, identificado como Miguel Bornengo, segundo o site do "La Nación", morreu momentos antes de votar em uma escola dae Ebima, no centro da cidade de San Rafael, na província de Mendoza.
Os candidatos da oposição Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, Ricardo Lopez Murphy, da coligação Recrear-PRO, e Alberto Rodríguez Saá, da Frente Justiça, União e Liberdade, reclamaram de ter demorado a encontrar cédulas com seus nomes na hora de votar, mas Tulio afirmou que a distribuição das cédulas "não é responsabilidade da Justiça Eleitoral mas sim dos partidos, que devem distribuir essas cédulas".
Na Argentina, ao entrar na cabine eleitoral, o eleitor encontra diversas pilhas com cédulas de candidatos de diferentes partidos para votar.
Voto eletrônico
A desconfiança no sistema eleitoral argentino levou três dos principais candidatos à presidência a pedirem que a Argentina implemente, o quanto antes, o voto eletrônico.
"O Brasil e muitos outros países têm voto eletrônico. É uma forma segura de evitar as armações, as fraudes", disse Lopez Murphy na hora de votar. "Estou muito preocupado que nós aqui continuamos votando como se vivessemos no século 19 e não no século 21", completou.
Para o candidato Roberto Lavagna, do UNA (Uma Nação Avançada), a Argentina precisa de uma "reforma política" para garantir a institucionalidade do pleito.
A discussão sobre o voto eletrônico ainda gera polêmicas na Argentina. Poucos dias antes da eleição, numa entrevista à imprensa estrangeira, a vice-presidente da Suprema Corte de Justiça, ministra Elena Highton de Nolasco, disse ser contra porque o sistema não garante a transparência.
"O nosso sistema eleitoral é muito mais confiável porque o resultado pode ser acompanhado por vários fiscais, de diferentes partidos", afirmou.
Tumulto
Quando a segunda colocada nas pesquisas Elisa Carrió chegou para votar no bairro da Recoleta, em Buenos Aires, houve empurra-empurra, com pessoas gritando: "Seja eleita para acabar com a corrupção".
Segundo diferentes pesquisas de opinão, "Lilita", como ela é conhecida, poderia empatar ou até vencer as eleições na capital federal. As pesquisas, no entanto, apontam a vitória nacional da candidata do governo, a primeira-dama e senadora Cristina Fernández de Kirchner.
A candidata a deputada federal Patrícia Bullrich, da Coalizão Cívica, que acompanhava Lilita na hora da votação, disse recentemente que a frente partidária também defende uma reforma política.
"É preciso ter voto eletrônico. Será mais transparente", afirmou Bullrich.
Lopez Murphy, Lavagna e Carrió votaram pela manhã em Buenos Aires, Alberto Rodríguez Saá, da Frejuli, votou na província onde é governador, São Luis, e Cristina em Santa Cruz, na Patagônia.