A cada hora passada em frente ao computador, videogame ou televisão, uma criança ou adolescente ganha 2% a mais de chances de se tornar obesa. O alerta é da Organização Mundial da Saúde (OMS). A entidade estima que, no mundo, existam 155 milhões de jovens obesos, ou seja, um em cada dez enfrenta o problema. E a questão não é apenas estética. Além de, freqüentemente, serem tachados como "gordinhos", jovens obesos são mais propensos a terem colesterol alto, diabete e hipertensão. Há também maior risco de problemas cardiovasculares, como enfartes.
Mas como prevenir que o sedentarismo provocado pelo excesso de games e TV leve à obesidade? Primeiramente, é preciso ficar de olho se não há um caso de obesidade na família: crianças e adolescentes que possuem pais obesos têm duas vezes mais chances de desenvolverem o problema. Segundo especialistas, o tempo máximo que os jovens devem gastar no PC, videogame ou televisão é de duas horas por dia. "Mais do que isso já é arriscado", explica a coordenadora da Associação Brasileira de Obesidade (Abeso), Lilian Zaboto. "O maior problema é que, na frente do monitor, a garotada não queima as calorias dos alimentos que consome. E essas calorias vão se acumulando no corpo em forma de gordura, causando a obesidade ou o sobrepeso", diz Lilian.
Por causa disso, ela explica que é importante que crianças e adolescentes façam, pelo menos, uma hora de exercícios diários. "E não precisa ser nada muito específico. Para crianças, por exemplo, o simples fato de brincar de pega-pega já é um exercício. Para os adolescentes, pode ser um joguinho de futebol "
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Alimentação - Além de diminuir o tempo de atividades sedentárias e realizar exercícios físicos com regularidade, também é recomendável que se preste muita atenção no que as crianças e adolescentes comem diariamente. "Doces, salgadinhos, frituras e refrigerantes devem ser evitados", explica o coordenador do Ambulatório de Pediatria do Hospital das Clínicas da Unicamp, Antônio Barros Filho. "Se associados ao sedentarismo da TV e do videogame, eles podem aumentar, e muito, o risco de obesidade."
O problema cresce, ainda, quando os jovens são estimulados pelos meios eletrônicos a consumir alimentos gordurosos. "Os próprios comerciais da televisão estimulam as crianças e adolescentes a comerem salgadinhos, bolachas recheadas e a tomarem refrigerantes", explica o psicólogo do Núcleo de Psicologia em Informática (NPPI) da PUC-SP, Erick Itakura.
Uma pesquisa feita pela organização norte-americana Kaiser Family Foundation revelou que, por ano, cada criança é bombardeada com cerca de 40 mil propagandas pela televisão. E muitas são de alimentos não-saudáveis, como doces, batatas fritas e fast-foods. O estudo também aponta que o site de uma fabricante de biscoitos recheados nos EUA, a Nabisco, chega a receber visitas de até 800 mil crianças por mês. Por lá, a garotada joga games e é exposta à propaganda de produtos calóricos da companhia. "Os pais têm de ficar de olho no que seus filhos fazem e comem", diz Barros Filho, da Unicamp. "O problema é que, muitas vezes, os pais não percebem que os garotos estão ficando obesos. Acabam achando que ser gordinho é saudável. Não é, não."
De acordo com ele, os pais devem ficar atentos ao crescimento do peso e da altura de crianças e adolescentes. "Se o peso estiver aumentando mais do que a altura, é hora de procurar um médico". (Com informações do jornaldoestado.com)