O Ministério das Relações Exteriores (MRE) informou que recebeu a indicação do brasileiro Luiz Carlos Costa como Representante Especial Alterno das Nações Unidas no Haiti. Ele deve ocupar a função ainda nesta quarta-feira (15), em substituição ao embaixador guatemalteco, Edmundo Mulet-Lesieur.
Funcionário de carreira da Organização das Nações Unidas (ONU), com atuação em missões de paz na Libéria e em Kosovo, Luiz Carlos Costa foi nomeado por indicação direta do secretário-geral da ONU, Kofi Annan. Ele destacou a "experiência" do brasileiro para o comando da Minustah, sigla em inglês para Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti.
Além de "credenciais em relevantes funções", Kofi Annan também o fato de o Brasil manter-se empenhado em contribuir para a segurança, o fortalecimento institucional e a reconstrução sócio-econômica daquele país caribenho. Há dois anos e meio, quando foi instalada a força de paz, o Haiti vivia situação de profunda instabilidade.
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Desde então, o Brasil mantém presença constante naquele país, no comando das forças internacionais, animado pelo sentimento de solidariedade regional e de afinidades cultural e étnica. A solidariedade também justificou o envio de tropas pela Argentina, Chile, Peru, Uruguai, Equador, Paraguai, Guatemala e El Salvador, dentre outros.
Ao atender o chamado da ONU para comandar a força de paz composta por 7.500 soldados, dos quais 1.200 brasileiros, a diplomacia brasileira entendeu que a situação do Haiti não se resumia à restauração da segurança pública, uma vez que a origem da crise residia na pobreza, na injustiça social e na debilitação das estruturas do Estado, de acordo com diagnóstico do Itamaraty.
O chanceler Celso Amorim disse à época que era imperativo retomar o processo democrático, com a realização de eleições gerais, livres e transparentes. Em fevereiro deste ano, a população haitiana elegeu o ex-presidente René Préval, em resposta ao diálogo político para promover a reconciliação nacional. Simultaneamente, foram realizadas eleições legislativas, com vistas a fortalecer as instituições representativas da população.
Desde o início de 2004 à frente do comando de paz, o Brasil tem procurado estabelecer pontes com os demais países da América Latina e do Caribe para maior cooperação com o Haiti. Também desenvolveu intensa campanha internacional pela obtenção de fundos para a retomada do desenvolvimento daquele país, apesar das carências sociais do Brasil.