Várias organizações médicas e não-governamentais inauguraram nesta quinta-feira (11) uma campanha de combate à venda de álcool líquido. O produto, que chegou a ser retirado do mercado em 2002, continua à venda por força de liminar impetrada pelos fabricantes. Curitiba será um dos centros do movimento.
A Associação Médica Brasileira (AMB), Associação Paulista de Medicina (APM) e as entidades Criança Segura e Pro Teste, organizadores da campanha, começaram ontem a distribuir panfletos em dez escolas públicas e particulares e 45 creches municipais de Curitiba. As entidades pretendem também colher em todo o país um milhão de assinaturas de adesão à campanha até 20 de novembro, Dia Universal das Crianças.
Na ocasião, os grupos planejam apresentar as assinaturas ao presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo, como forma de pressionar para a aprovação do projeto de lei que já tramita na casa, vetando a venda de álcool líquido.
Leia mais:
Justiça de Hong Kong reconhece direitos de moradia e herança para casais do mesmo sexo
Homem que nasceu no dia do naufrágio do Titanic morre aos 112 anos
França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens
Marta vence primeiro título nos Estados Unidos com Orlando e estadunidenses se rendem à 'rainha'
A ONG Criança Segura deve montar uma barraca na Boca Maldita, em parceria com o Hospital Evangélico, para coletar novos adeptos.
O álcool líquido com teor acima de 46º, conforme classificação do Instituto Nacional de Pesos e Medidas (INPM), foi proibido para venda ao consumidor por resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, em 20 de fevereiro de 2002. Ele foi substituído pelo álcool gel, mas seis meses mais tarde os produtores obtiveram liminar que autorizava novamente a venda da substância na forma líquida.
De acordo com estudo da Sociedade Brasileira de Queimaduras realizado em 56 centros de recuperação, os acidentes com álcool reduziram em 60% neste período de proibição. "E sabemos que a gravidade dos casos também diminuiu, uma vez que o álcool gel demora bem mais para queimar e permite a reação da vítima", afirma Alessandra Françoia, coordenadora da Criança Segura no Paraná. De acordo com a organização, acidentes com álcool líquido fazem 150 mil vítimas por ano no Brasil – 50 mil delas são crianças.