Para lembrar os quatro meses do acidente com o vôo 1907, da Gol Linhas Aéreas, as famílias das 154 vítimas fazeram nesta segunda-feira (29) uma mobilização em Aracaju (SE), Manaus (AM), Anápolis (GO), Goiânia (GO) e Recife (PE).
Além de missas em memória das vítimas, os familiares usaram camisetas com a foto do parente e faixas com protestos e reivindicações ainda não atendidas. A principal reclamação é sobre a falta de informação das investigações.
Segundo o presidente da Associação dos Familiares e Amigos das Vítimas do Vôo 1907, Jorge Cavalcante, não há um representante da entidade nos órgãos que investigam as causas do acidente.
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"Hoje estamos abandonados. Gostaríamos de estar à frente de todo o processo, sabendo o que está sendo feito para que possamos ficar mais tranqüilos, sem tomar sustos a cada notícia, distorcida ou correta, que é passada para a gente".
Para ele, a conjunção de erros que levou ao acidente tem como principal responsável os dois pilotos do jato, Joseph Lepore e Jan Paladino.
"Sabemos que os controladores erraram, que todos erraram nesse processo, foi uma sucessão de erros. Mas, para nós, sempre os principais responsáveis são os pilotos, porque eles não tinham experiência para pilotar uma aeronave nova".
Cavalcante teme a morosidade da Justiça brasileira na investigação das causas do acidente. Segundo ele, as indenizações serão pagas pelos processos que estão sendo movidos na Justiça dos estados Unidos contra os pilotos, contra a Excel Aire (empresa proprietária do Legacy) e contra o fabricante do transponder, equipamento anti-colisão usado em aviões e que, no momento do acidente, estava desligado.
O Boeing da Gol caiu no dia 29 de setembro de 2006, em área de floresta no norte de Mato Grosso, quando fazia o vôo 1907, entre Manaus e o Rio de Janeiro, com escala prevista em Brasília. Já o Legacy decolou de São José dos Campos com destino aos Estados Unidos. Depois do choque, os pilotos do jato conseguiram fazer um pouso de emergência e nenhuma das sete pessoas a bordo ficou ferida.
No último dia 11, a justiça autorizou a prorrogação do prazo das investigações por mais 30 dias. Além da Polícia Federal, o Comando da Aeronáutica também investiga as causas do acidente.
Em relatório preliminar divulgado em novembro do ano passado, a Aeronáutica concluiu que os sistemas TCAS (sistema embarcado que serve para evitar colisões) de nenhuma das duas aeronaves emitiu qualquer alerta de tráfego ou recomendou procedimentos para evitar o choque. As investigações da Aeronáutica devem durar até julho. (ABr)