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Polícia da Itália e FBI prendem 80 em ação contra máfia

Bonde e Sebrae
07 fev 2008 às 21:39

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Uma operação conjunta entre a polícia italiana e o FBI (polícia federal americana) desbaratou nesta quinta-feira uma conexão mafiosa entre os dois países e prendeu 80 pessoas em Palermo e Nova York.

As prisões são resultado de uma investigação chamada "Old Bridge", que monitorava famílias mafiosas de Palermo envolvidas com o tráfico de drogas entre a Itália e os Estados Unidos.

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A operação está sendo considerada tão importante quanto a "Pizza Connection", que nos anos 80 desmontou um esquema de tráfico de heroína entre a Sicília e os Estados Unidos, e de lavagem do dinheiro proveniente deste tráfico.

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Segundo os investigadores, alguns dos chefões presos haviam retomado as relações em território americano, principalmente com integrantes das "famílias" Inzerillo e Gambino.

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"A máfia de Palermo tentou retomar as ligações com os criminosos americanos porque a 'Cosa Nostra' siciliana tinha intenção de voltar ao tráfico de drogas, que é muito mais lucrativo do que as extorsões", disse o procurador de Palermo Francesco Messineo, ao jornal La Sicilia.


Em Palermo, cerca de 300 policiais participaram da operação, que terminou com a detenção de 30 pessoas, acusadas de homicídio, associação mafiosa e extorsão.

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Família Gambino


Entre as 50 prisões decretadas pelos magistrados de Nova York, está a de Frank Cali, considerado o novo chefão da família Gambino. De acordo com as investigações, ele estaria em contato, já faz alguns anos, com os mafiosos ligados a Bernardo Provenzano e Salvatore Lo Piccolo.

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Agentes do FBI teriam analisado os movimentos financeiros de Cali-Inzerillo, o grupo mafioso de Nova York que teria diversas sociedades operando no setor da construção civil e da distribuição de produtos alimentícios.


A "família" Inzerillo buscou refúgio nos Estados Unidos nos anos 80, depois que alguns integrantes do grupo foram assassinados na Sicília durante a guerra entre clãs mafiosos rivais.

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Com a vitória dos "corleoneses", liderados pelo chefão Totó Riina, os descendentes dos Inzerillo foram obrigados a fugir, ameaçados de morte, recebendo a proteção da poderosa família Gambino.


Um dos primeiros foi Francesco Inzerillo, que atualmente está detido e da cadeia mandou mensagens aos outros parentes sugerindo que não voltem ao país de origem.

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Gravações


Os investigadores italianos gravaram uma conversa entre ele e parentes que foram visitá-lo na cadeia de Turim, onde está cumprindo pena por tráfico de droga e associação mafiosa. Trechos da gravação estão sendo publicados pelos jornais italianos.

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"Você tem que ir embora da Europa, aqui não é possível trabalhar livremente. É uma terra bonita, mas não há futuro, se quiser um pouco de paz tem que ir para fora da Sicília e da Itália", teria dito Francesco Inzerillo aos sobrinhos Giovanni e Giuseppe.


Na conversa gravada, o chefão da máfia teria aconselhado os sobrinhos a mudarem de continente.

"Aqui você é sempre controlado, tem que ir para a América do Sul, Central, para os Estados Unidos", diz um trecho publicado pelas edições online de alguns jornais italianos.


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