Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Tríplice Fronteira

Região tem 3,5 mil casos de abusos contra menor

Redação - Folha de Londrina
16 mai 2003 às 18:21

Compartilhar notícia

siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Três mil e quinhentos menores são vítimas de exploração sexual na tríplice fronteira Brasil, Argentina e Paraguai. Segundo dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT), as crianças e adolescentes têm entre dez e 17 anos e são exploradas nas ruas, em bordéis, boates e saunas. Os clientes, geralmente, são homens mais velhos, turistas estrangeiros e brasileiros.

A realidade na fronteira do país não se restringe àquela região, mas está presente em todo o território brasileiro de forma diversificada e particularizada. Ainda se vê, por exemplo, em alguns locais no Norte do país o leilão de virgens e a exploração em garimpos e zona portuária. Nas outras regiões é identificada a presença de crianças e adolescentes no turismo sexual e em redes de prostituição e pornografia.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


Em Foz do Igauçu, a OIT, por meio do Programa Internacional para Eliminação do Trabalho Infantil, vem desenvolvendo um projeto desde 2001 para resgatar mil crianças e adolescentes que são explorados para fins comerciais. O programa, que custará US$ 2 milhões, está previsto para terminar em 2004 e é financiado pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos.

Leia mais:

Imagem de destaque
Canine Collection

Louis Vuitton lança coleção para pets com casinha de cachorro a R$ 340 mil

Imagem de destaque
Direitos LGBTQIA+

Justiça de Hong Kong reconhece direitos de moradia e herança para casais do mesmo sexo

Imagem de destaque
Mais velho do mundo

Homem que nasceu no dia do naufrágio do Titanic morre aos 112 anos

Imagem de destaque
Pena máxima

França pede 20 anos de prisão a marido de Gisèle Pelicot, dopada e estuprada por dezenas de homens


A violência sexual pode ser dividida em duas categorias, abuso e a exploração sexual comercial. O abuso representa uma relação de poder entre o adulto e a criança, que pode resultar em carícias e assédio. Na exploração sexual, o adulto busca retorno financeiro. Ela pode ser divida em quatro modalidades: prostituição infantil, pornografia, turismo sexual e tráfico.

Publicidade


A pornografia infantil é crime, com punição prevista no Código Penal. A prostituição infantil, quando se trata de crianças e adolescentes, não deve ser entendida como um outro trabalho, como costumam alegar os infratores, pois a pessoa que a exerce ainda está em formação, diferentemente dos adultos. Neste caso a criança é coagida por um adulto, que está cometendo um crime.


Estudos indicam que a maioria dos jovens no mercado sexual possui entre 12 e 18 anos. Grande parte é afro-descendente e sai de sua casa para outras regiões do país ou para o exterior. Geralmente, essas mulheres-meninas já sofreram algum tipo de violência dentro da própria família ou nas ruas - que pode ser abuso sexual, estupro, sedução, negligência, abandono, maus tratos ou violência física e psicológica. O agressor, normalmente, é um homem conhecido ou da família.

Publicidade


Outro grave problema caracterizado pela exploração sexual é o tráfico para fins sexuais, que pode acontecer dentro do território brasileiro e para o exterior. O coordenador do Programa Internacional de Eliminação do Trabalho Infantil da OIT no Brasil, Pedro Américo, considera difícil enfrentar o tráfico dentro do país, por não existir uma legislação específica para este tipo de crime no Código Penal. "Por isso, não tem como notificar os casos".


Mais do que combater a exploração sexual é importante enfrentá-la, conhecendo os motivos que levaram o jovem a se submeter a este tipo de violência. "Eles são vítimas de uma fraqueza social", disse o coordenador da OIT. E defende que seja oferecida uma assistência aos filhos desses jovens para enfrentar o problema. Inicialmente, ele recomenda que seja dado um reforço escolar fora do sistema educacional tradicional para que a adaptação seja melhor orientada, por profissionais capacitados.


No próximo domingo, dia 18 de maio, é celebrado o dia nacional de combate à exploração sexual contra crianças e adolescentes. A data foi instituída por uma lei há três anos. "Esperamos neste dia poder trazer a tona o compromisso do presidente que garantiu que o enfrentamento a esta violência é uma das prioridades do país", declarou Pedro Américo.

O coordenador do Programa disse ainda que a OIT está organizando uma ação nacional no Dia Mundial contra o Trabalho Infantil (12/06), que terá este ano, como destaque, o combate ao tráfico de crianças.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo