Os acidentes e a violência são a terceira maior causa de mortes no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, só em 2004, 127.470 pessoas morreram por terem sofrido algum tipo de acidente ou violência, como homicídio ou acidente de trânsito.
O governo federal lançou nesta segunda-feira (16) o Sistema de Vigilância de Violências e Acidentes (Viva), que vai mapear os tipos de acidente e violência mais comuns no país e, com isso, permitir a elaboração de políticas públicas e prevenção e combate. As informações são da Agência Brasil.
O sistema já foi implantado em 39 locais, sendo 33 secretarias municipais de Saúde, cinco secretarias estaduais e o Distrito Federal. Os casos de violência são coletados por médicos, enfermeiros ou outros profissionais dos hospitais que preenchem um ficha de notificação de violência doméstica, sexual e outras. O preenchimento da ficha sobre acidentes é feita por coletadores, pessoas capacitadas pelas secretarias de Saúde para esse serviço, como estudantes de medicina.
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Os dados são encaminhados para as secretarias de Saúde (municipais e estaduais) e o Ministério da Saúde. Em caso de violência contra criança ou adolescente, os dados são levados ao conselho tutelar.
O Viva já funciona em 39 locais do país, sendo 33 secretarias municipais de Saúde, cinco estaduais e a do Distrito Federal. Segundo o ministério, cada ente recebeu R$ 21.129 para instalar o sistema.
No lançamento do Viva, foram apresentados alguns dados coletados em Brasília, Teresina e no estado de São Paulo. De acordo com o levantamento, 452 acidentes foram registrados na capital federal em agosto, sendo que 215 foram quedas. Do total de quedas, 70% ocorreram no mesmo nível. Em Teresina, dos 867 acidentes registrados no mês de setembro, 357 aconteceram no trânsito e 70% com moto.
No estado de São Paulo, 295 casos de violência foram registrados. Em 72% deles, a mulher foi a vítima e em mais de 40% o agressor era o cônjuge.
De acordo com o ministro da Saúde, Agenor Álvares, o grande número de mortes por causas externas (acidente e violência) piora a qualidade de vida da população e "pressiona o sistema de saúde de forma indiscriminada". "Nós vamos ter de buscar interação com outros setores de governo para formular uma política que venha realmente atender e prevenir esses acidentes e também questões simples que podemos fazer dentro do campo da saúde, como quedas".
O secretário de Vigilância em Saúde do ministério, Fabiano Pimenta, afirmou que o próximo passo é reunir secretários de Saúde para levar o Viva para todas as cidades do país.