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Ambientalistas protestam na Boca Maldita contra Estrada do Colono

Luciana Pombo - Folha do Paraná
17 nov 2000 às 17:19

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Ambientalistas, universitários e estudantes promovem no final da manhã deste sábado, na Boca Maldita, em Curitiba, uma manifestação popular contra a possibilidade de reabertura da Estrada do Colono. Eles querem expor a insatisfação com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que considerou inconstitucional o despacho da 4ª Turma do Tribunal Regional Federal (TRF), de Porto Alegre (RS), que determinou o fechamento da Estrada do Colono - uma rodovia com 17,6 quilômetros e que corta o Parque Nacional do Iguaçu de Serranópolis do Iguaçu a Capanema, no Oeste e Sudoeste do Estado.

"É uma manifestação de pesar, de vergonha. É um pedido de desculpas pela omissão do Estado do Paraná. E um pedido de desculpas pelo equívoco do Supremo", desabafou o ambientalista José Álvaro Carneiro, presidente da Liga Ambiental do Paraná.

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De acordo com ele, a decisão é um indicativo de que a Justiça Federal dá ganho de causa para quem usa a violência. "Fico imaginando que se a gente fosse lá e explodisse a barca que funciona no Rio Iguaçu, teríamos ganho de causa daqui a alguns anos", ironizou, ao lembrar que a Estrada do Colono funciona irregularmente desde 11 de janeiro de 1998. Cerca de 300 veículos trafegam pelo local diariamente.

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"Essa é uma batalha e não uma guerra. Foi perdida eventualmente a batalha. Mas vamos continuar lutando. Tem que haver uma vitória da humanidade contra a omissão", destacou ele.

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O ambientalista Ricardo Brites, do Instituto Ambiental de Florestas (IAF), disse ontem que a reabertura definitiva da Estrada do Colono condena o Paraná a perder o único título que tinha da Unesco de Patrimônio Natural da Humanidade. O título foi concedido em 1986, por causa da preservação do Parque Nacional do Iguaçu.


Em 1999, a Unesco incluiu a reserva na lista dos patrimônios mundiais em perigo. "Além da natureza - que está sendo destruída - a reabertura da estrada está incentivando o contrabando. Como a reabertura era ilegal, não havia fiscalização", denunciou Brites.

O Parque Nacional do Iguaçu foi criado em 1939. Ele tem 185 mil hectares do lado brasileiro e 55 mil hectares do lado argentino. Se perder o título de Patrimônio Natural da Humanidade, poderá haver a suspensão de créditos internacionais para projetos de conservação ambiental, que giram entre US$ 200 mil e US$ 300 mil por ano. "Se perdermos esse título, entregaremos o certificado para o relator desse processo no Supremo. Ou para seus filhos e netos", salientou José Álvaro.


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