Não pode haver nada mais divertido do que uma dúzia de executivos ao redor de um fogão, de avental personalizado, mexendo enormes panelas, picando azeitonas, com um copo na mão e contando piadas. Engana-se quem pensa de que dali não sai boa coisa. Sai sim. O cardápio é sofisticado, com ingredientes escolhidos criteriosamente e a decoração do prato (pasmem), um requinte.
O Gourmet Club de Curitiba reúne todas as primeiras terças-feiras do mês os 12 sócios fixos e alguns convidados especiais. O local é o mais propício possivel: o restaurante de dois dos sócios, o Vilarigno Café Concerto, que abre as outras terças-feiras para clubes de gourmets.
Tudo começou com os engenheiros Rafael Togel e Luis Napoleão Filho, e com os arquitetos Emir Gebran e Athos Vilarigno. "A gente curtia cozinhar e bater-papo. Há três anos começamos a fazer os encontros regularmente e aos poucos foram chegando os outros", conta Rafael.
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Como um autêntico e sério clube do Bolinha, as mulheres ficam de fora e, para desgosto dos maridos, enciumadas. "Tem gente que deixou de vir por causa da mulher. Muitos enfrentam brigas em casa, e alguns vêm para cá para espairecer", reconhece Luis.
Uma trégua nas brigas só nos dias dos Namorados e Natal, quando as mulheres comparecem curiosas e desconfiadas. Mas os homens preferem a tranquilidade de não precisar se preocupar com toalhas de mesa, flores ou qualquer tipo de decoração fora dos pratos. O jantar é servido nas panelas (só a entrada recebe um tratamento especial de travessas), mas arrumado de forma caprichada no prato de cada um.
A compra é feita no Mercado Municipal de Curitiba. A conta é dividida igualmente por todos os sócios. Entre os cardápios mais exóticos, os rapazes já ficzeram javali, comida árabe com banda e dança do ventre (vilã do dia), e paellas valenciana e negra (com a tinta da lula). "Coisa simples ou do dia-a-dia não vale. O cozinheiro da vez tem autonomia para escolher o cardápio mas tem de ser inédito", confere Douglas Franchi Souza, administrador de empresas.
Para o chef da vez Carlo Grassi Perli, esta foi a prova de fogo. Ele cozinhou no club pela primeira vez. E fez bonito. Tanto que recebeu aplausos calorosos e muitos brindes logo nas primeiras garfadas.
Carlo conta que na hora do almoço foi ao Mercado fazer as compras e chegou para preparar os ingredientes às 18 horas. Com dois ajudantes, ele preparou uma salada de presunto parma, com melão, figo e queijo parmesão; polvo com linguini; mignon à sorrento; e de sobremesa gelatina de frutas frescas ao moscato. Não esqueceu do vinho, champagne, conhaque e charutos.
"Estes pratos são todos de origem italiana. A entrada e o primeiro prato são apreciados em todas as regiões da Itália. O segundo, é da cidade de Sorrento, situada na região da Campânia, ao Sul da Itália e a sobremesa é do Piemonte, região norte", confere.