O ingresso na vida acadêmica de um jovem 20 anos terminou em tragédia em Maringá (Norte). Ao se recusar a participar do "trote" de recepção dos veteranos do curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário Cesumar (Unicesumar), João Pedro da Silva Neto acabou sendo agredido com um copo de vidro. O ataque rendeu 40 pontos para fechar um corte na região do rosto e um processo contra o agressor.
"No primeiro dia de aula, os veteranos foram até a sala e convidaram os calouros para irem a um bar próximo à universidade, para que eles pudessem nos conhecer. Chegando lá, eles começaram a pintar alguns veteranos no rosto. Quando chegou a minha vez, eu não quis entrar na brincadeira, deixei que eles só pintassem o meu braço. De repente, um dos veteranos me deu um tapa na cara com a mão suja de tinta. Minha reação foi de levantar da mesa para ver quem tinha me batido, assim que levantei, um outro cara, que estava sentado em uma mesa atrás da minha, também veterano, levantou e me deu agrediu com um copo de vidro no rosto", conta o estudante.
João foi encaminhado às pressas a um hospital da cidade, aonde chegou com hemorragia grave devido à perda excessiva de sangue. Foram necessários 40 pontos para suturar o ferimento.
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O agressor, identificado como Paulo Fernandes, de 22 anos, está no terceiro ano do curso. Após a situação, ele teria procurado João para se desculpar e, em entrevista ao programa local do repórter André Almenara, disse que "não quis agredir o estudante, que foi um ato sem pensar". Ele afirma estar recebendo ameaças de morte e se diz arrependido.
"Recusar o trote era um direito meu. Calouro não precisa ser humilhado só porque é calouro. O que era para ser um momento para fazer novos amigos e parceiros de universidade virou tragédia", lamenta Silva.
A vítima registrou boletim de ocorrência e pretende entrar com uma ação por lesão corporal contra o agressor. Segundo a Polícia Civil de Maringá, Fernandes já se apresentou na Delegacia.
Em posicionamento oficial ao Bonde, a Unicesumar repudiou a agressão e informou que existe uma norma interna que proíbe o trote no campus da instituição. De acordo com a assessoria de imprensa, como o caso foi registrado fora do ambiente acadêmico, a cerca de 300 metros da instituição, a situação foge do alcance dos responsáveis pela universidade e impossibilita qualquer providência punitiva contra o agressor.