Os estudantes da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que estão em greve há 15 dias, decidiram que não vão ocupar o gabinete do reitor Carlos Antunes dos Santos. A ameaça veio à tona depois de uma reunião entre os universitários e Santos na segunda-feira. O motivo do recuo teria sido uma carta divulgada pelo reitor. No documento, ele se posiciona a favor de algumas das reivindicações da categoria, entre elas a suspensão da cobrança de taxas para obter comprovante de matrículas e diplomas.
Santos reitera na carta que a posição é "pessoal", mas os estudantes vão aproveitar o pronunciamento para tentar pressioná-lo, como presidente do Conselho Universitário, a convocar uma reunião com o propósito de discutir a pauta apresentada pelo comando de greve dos universitários. O conselho é o órgão máximo da UFPR onde são decididos os assuntos que afetam toda a comunidade acadêmica.
"A gente planejava ocupar a reitoria, mas como ele (Santos) escreveu a carta, a saída melhor é pressionar o conselho. A ocupação pode ser uma carta na manga em futuras negociações", afirmou Nelson Echer, que integra o comando de greve dos estudantes da UFPR. Depois da assembléia, os manifestantes se juntaram aos professores e funcionários técnicos administrativos da universidade que também estão em greve. Eles promoveram um abraço simbólico do prédio histórico da instituição, na praça Santos Andrade, no centro de Curitiba.
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Estudantes do curso de Medicina, que são contra a greve, mas solidários com as reivindicações dos professores, também participaram do ato. O presidente da Associação dos Professores da UFPR, Francisco de Assis Marques, disse que está em jogo a soberania do ensino público gratuito.