O narguilé - uma espécie de cachimbo tradicional árabe que faz a fumaça passar pela água antes de chegar ao fumante - está proibido de ser usado em Matelândia, cidade de 16 mil habitantes, distante 70 quilômetros de Foz do Iguaçu, no oeste do estado.
Anteontem, a Câmara Municipal aprovou a proibição, proposta pelo próprio prefeito, válida para todos os locais públicos. O prefeito Edson Primon (PMDB) sancionou a lei nesta terça-feira (19), coibindo definitivamente a prática, que virou febre em cidades da região oeste do Paraná.
Segundo o prefeito, a medida foi tomada em razão da concentração de adolescentes em pontos diferentes da cidade fumando o narguilé.
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Primon diz que as pessoas desconhecem os malefícios do uso habitual do tabaco ‘filtrado’ pela água. ‘Um pai me disse que estava comprando o narguilé para dar de presente à filha de 13 anos porque seus amiguinhos também usavam.’
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), uma sessão de uma hora de fumo equivale ao consumo de 100 a 200 cigarros regulares.
Além disso, de acordo com o prefeito, nas praças públicas, jovens estão colocando bebidas alcoólicas em vez de água no narguilé e utilizando drogas como crack e maconha em vez do fumo convencional.
O comandante da Polícia Militar na cidade, Paulo Roberto Waltrick, diz que isso, de fato, ocorre, mas que é difícil flagrar a prática ilegal. ‘Depois das notícias de que a lei estava sendo aprovada, as pessoas sumiram dos locais públicos’, diz.
O projeto de lei não prevê multas ou punição para quem for apanhado fumando em praça pública. Determina apenas o recolhimento do material.
Segundo Primon, o objetivo da lei é chamar a atenção para o problema. Ele afirma que coibir a prática em locais públicos contribuirá para controlar o uso indiscriminado do narguilé.
Leonice Croda, diretora de uma escola municipal, elogia a iniciativa. Segundo ela, até crianças estavam fumando em locais públicos por influência dos mais velhos.