Os índios da reserva Barão de Antonina, em São Jerônimo da Serra (norte do PR), fizeram no início da noite desta quinta-feira, o eletricista Benedito Quaresma, da Copel (Companhia Paranaense de Energia Elétrica), como refém. Até as 20h, ele não havia sido liberado.
Os índios exigiram uma rápida solução para pedido de indenização pela empresa, que possui 14 torres de transmissão de energia na área da reserva caingangue.
Quaresma estava no local, às 18h, para fazer a ligação de energia na escola e no posto de saúde da reserva, cortada por falta de pagamento. Impacientes com a demora de uma reunião que acontecia na Procuradoria da República, em Londrina, os índios decidiram fazer Quaresma como refém.
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O líder caingangue Leoneldo Nunes de Paula, 35, disse que Quaresma era "livre para deixar a reserva, mas deveria ir sem o veículo [uma Toyota] da empresa". Segundo ele, caso a Copel não indenize os índios, a decisão dos 375 membros da comunidade é de "queimar as torres de transmissão da empresa".
Representantes da Copel, da Funai (Fundação Nacional do Índio) e do Ministério Público Federal estavam reunidos no início da noite de quarta para tentar solucionar o impasse.
A Copel afirma que, em 1987, quando funcionários da Funai foram feitos reféns pelos índios, a empresa já indenizou a comunidade pela passagem da linha de transmissão pela reserva indígena. Paula disse que o acordo "foi feito, na época, com algumas pessoas, e a comunidade não se beneficiou desse acordo".