O Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) precisa concluir até o final da tarde desta quinta-feira (18) inquérito que apura esquema de falsificação descoberto em Apucarana. A pirataria foi desbaratada no último dia nove, quando policiais e promotores apreenderam milhares de produtos falsificados, escrituras de imóveis milionários e pelo menos R$ 2 milhões em cheques, fecharam fábricas de fachadas e prenderam empresários, funcionários e até policiais envolvidos no esquema.
A apuração vai ter que ser finalizada até esta quinta-feira, que é quando vence o prazo de dez dias de prisão preventiva dos acusados. Depois da conclusão, o Gaeco deve enviar o inquérito ao Ministério Público, orgão responsável por oferecer a denúncia contra os acusados à Justiça.
Até agora, 26 pessoas foram presas: 21 continuam na unidade dois da Penitenciária Estadual de Londrina (PEL 2) e os três policiais estão na sede da Polícia Civil de Curitiba. Um empresário acusado de corrupção e formação de quadrilha conseguiu o direito de prisão domiciliar na segunda-feira (15) após alegar problemas de saúde e Maria Bertoli, esposa do vereador Mauro Bertoli (PTB) foi detida e solta na última semana depois de pagamento de fiança.
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Na segunda e na terça-feira (16) o delegado do Gaeco, Alan Flore, ouviu cerca de 20 acusados. Os suspeitos que não estão presos em Londrina prestaram esclarecimentos através de carta precatória. "Já temos elementos suficientes para concluir o inquérito policial. Não podemos detalhar o que foi repassado pelos acusados através dos depoimentos. O que dá para se dizer é que o cumprimento de novos mandados de prisão e de busca e apreensão não está descartada", destacou.
Pelo menos quatro empresários ouvidos pelo delegado confirmaram o pagamento de propina a policiais civis. De acordo com investigações, o então delegado-chefe de Apucarana, Valdir Abrahão, e dois investigadores acobertavam e protegiam o esquema de falsificação em troca da vantagem indevida. O valor pago aos policiais, de acordo com investigações, pode chegar aos R$ 50 mil.
Os produtos falsificados eram comercializados em São Paulo, principalmente em estabelecimentos localizados na rua 25 de Março.