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IAP fecha 2 serrarias ilegais no Sudoeste

Valmir Denardin - Folha do Paraná
07 abr 2001 às 17:53

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O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) interditou ontem duas serrarias que funcionavam clandestinamente na Fazenda Slaviero, no município de Mangueirinha (76 quilômetros ao norte de Pato Branco), no Sudoeste do Estado. No local, o órgão apreendeu cerca de 800 metros cúbicos de madeira nobre, como imbuia, araucária e canela -o suficiente para carregar quase 70 caminhões.

As áreas devastadas somam 170 hectares, dos cerca de 2,2 mil hectares da fazenda. A área é considerada de preservação permanente, com extensas faixas de mata nativa. Os responsáveis pelas duas serrarias fugiram e não houve prisões.

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Até o início da noite de ontem, 15 fiscais do escritório regional do IAP em Pato Branco, escoltados por seis policiais militares, permaneciam na propriedade, concluindo o levantamento do volume de madeira existente nas duas serrarias.

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O valor da multa poderá chegar a R$ 3 milhões, já que as duas empresas teriam sido autuadas pelo órgão no final do ano passado. A inspeção foi feita depois que a TV Sudoeste, retransmissora da Rede TV! em Pato Branco, divulgou reportagem mostrando a devastação.

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A Folha apurou que as duas serrarias pertencem aos grupos madeireiros Ruera e Rampom, ambos de Bituruna (71 quilômetros a oeste de União da Vitória). A reportagem telefonou para ambas, mas não conseguiu conversar com os diretores. Segundo funcionários, eles não estavam. A Fazenda Slaviero tem quatro proprietários, dos quais a Folha não conseguiu descobrir os nomes.


A denúncia do desmatamento foi feita pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Em abril do ano passado, a fazenda foi invadida por cerca de 600 famílias ligadas ao movimento. Como o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) classificou a área como de preservação, os sem-terra deixaram a propriedade cerca de um mês depois.

Agora, o MST quer que a fazenda seja destinada a assentamentos. "Acabou toda a madeira, só sobrou taquara. A fazenda pode ser utilizada para a reforma agrária", afirmou ontem José Damasceno, integrante da coordenação estadual do MST no Paraná.


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