O Instituto Ambiental do Paraná (IAP) multou ontem três empreiteiras que estão construindo a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) dos Padilhas, financiada pela Sanepar. As empresas DM Construções, LFM Engenharia de Obras e SEF - Saneamento e Engenharia Ferroviária foram penalizadas em R$ 42 mil cada (R$ 126 mil no total), porque estavam aterrando uma área de várzea e um córrego próximos da nova unidade, em Curitiba.
Além dessas construtoras, o proprietário do terreno, José Borba, também foi multado em R$ 42 mil, por permitir o aterro. Todos os autuados vão ter que apresentar um projeto de recuperação da região dentro de 20 dias. A Folha procurou o consórcio, que agrega as três construtoras, mas até o fim da tarde o coordenador da obra, identificado como engenheiro Sílvio, não retornou a ligação.
O presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Mário Sérgio Rasera, disse que o órgão foi ao local, após denúncia da Associação de Defesa do Meio Ambiente de Araucária (Amar). "A várzea e o córrego estavam sufocados com a montanha de argila depositada sobre eles", contou a presidente da ONG, Lídia Lucaski, acrescentando que o local é de preservação permanente.
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Mário Rasera disse que as empreiteiras retiravam terra dos futuros tanques de tratamento e cruzavam a BR-116, depositando o material em um terreno em frente a obra. "Um acordo entre as empreiteiras e o proprietário do imóvel permitiu o aterro, que não tinha licença ambiental para ser implantado", afirmou. No local, se formou uma montanha de argila e terra que ultrapassam a altura das árvores da região.
Rasera acrescentou que foi embargada a área onde estava sendo depositada a argila. Quanto a obra da Sanepar, ele acrescentou que não houve paralisação, porque o empreendimento tem licença ambiental e está sendo executado corretamente. "O erro foi cometido pelas empresas que depositaram o material em lugar errado e por isso vão ser obrigadas a recompor o local impactado", disse Rasera.