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Igreja critica campanha da camisinha

Katia Michelle - Folha do Paraná
15 fev 2001 às 11:52

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Pelo menos em um assunto, anjos e diabos concordam: se não tiver camisinha, é melhor não encarar a paquera. Esse é o mote da nova campanha do Ministério da Saúde para o Carnaval deste ano, divulgada ontem pelo ministro José Serra. A campanha mostra um jovem em conflito entre o bem e o mal e não agradou a igreja. Para o bispo auxiliar da Arquidiocese Metropolitana de Curitiba, Ladislau Bienarski, a campanha estimula a promiscuidade. A Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) preferiu não se pronunciar sobre o assunto até que os filmes publicitários sejam divulgados em rede nacional, mas promete uma posição para hoje.

Bienarski enfatiza que a igreja deve questionar a moralidade da campanha, criada em Curitiba pela Master Comunicação. O bispo acredita que, além de ser imoral, o material não atinge o objetivo. "A camisinha não é 100% segura. Deve-se incentivar outros métodos de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis, como a fidelidade", salienta. Ele acredita que a campanha incentiva o jovem a agir sem respeito a si mesmo e ao próximo.

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O diretor de atendimento da Master Pedro Arlant esclarece que a intenção da empresa nunca foi causar polêmica, mas entende o posicionamento da igreja. "Nós só usamos um anjo e um diabo por representarem o bem e do mal na nossa cultura", justifica Arlant. A campanha envolve comerciais para rádio, televisão e jornal impresso, outdoors, banners e leques com o garoto propaganda rodeado por um anjinho e diabinho que o aconselham. Além da publicidade, o governo vai utilizar como recurso de prevenção à Aids no carnaval a distribuição de 22 milhões de camisinhas.

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Essa não é a primeira vez que a Master causa polêmica. Um comercial contra o fumo encomendado pelo Ministério da Saúde, que comparava vendedores de cigarros com traficantes, estimulou a entrada em vigor da lei que proíbe comerciais de cigarro na TV. No ano passado, campanha criada para o Festival de Teatro de Curitiba foi vetada antes mesmo de ser veiculada.

Para a diretora de criação Iolanda Garay, de Curitiba, a polêmica numa camapanha publicitária é sempre positiva, principalmente quando se trata de um problema social, como a prevenção à Aids. "A campanha da Master não está colocando em risco nenhum cliente, apenas alertando a população da necessidade de se proteger", considera.


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