O italiano Alfonso Tarallo, 53 anos, está há seis anos no Brasil tentando conseguir seu visto de permanência no país. Em 1994 Tarallo foi à Polícia Federal de São Paulo e protocolou seu pedido, mas até agora o processo está paralisado no Ministério da Justiça, em Brasília. Morando em Curitiba, ele não pode trabalhar com registro em carteira de trabalho nem instalar sua empresa. "Tive prejuízos de R$ 60 mil neste ano por causa dessa situação", disse Tarallo que é cozinheiro e atualmente está desempregado.
Um dos motivos que podem estar atrapalhando a liberação do visto, apesar do longo tempo, é o fato dele ter sido preso duas vezes durante sua militância política contra o governo democrata cristão italiano em 1974 e 1979.
Segundo ele os processos foram movidos por questões políticas. "Está tudo resolvido com a justiça italiana, ficou caracterizado um problema político", disse Tarallo.
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Depois de dar entrada com seu pedido junto à PF paulista, o protocolo foi encaminhado para o Ministério da Justiça. No dia 8 de junho o documento chegou à Divisão de Medidas Compulsórias encaminhado pela Divisão de Permanências de Estrangeiros.
A diretora da DMC, Isaura Maria Soares Miranda, alegou que a divisão continua sua pesquisa junto aos órgãos internacionais de polícia e à Justiça Brasileira. "Somente depois de liberarem ou decidirem alguma coisa é que poderemos resolver o caso", afirmou. A divisão é responsável pelos casos de extradição, repatriamento ou expulsão de estrangeiros ilegais.
Tarallo é casado com a brasileira Cristiane Sampaio, que ele conheceu no final dos anos 80 na Itália. Quando vieram para o Brasil ele trabalhou na Ilha do Mel, no litoral paranaense antes de fazer um investimento na área de alimentação.
"Por não poder utilizar meu nome como titular por causa da burocracia todo o investimento foi feito em nome de outra pessoa que se aproveitou da minha situação e eu fui prejudicado", disse. Para tentar reaver o dinheiro empregado no negócio Tarallo entrou com um processo junto à 6a. Vara Cível em Curitiba e espera solucionar as duas coisas. O visto permanente e o dinheiro perdido.