O IVC, Instituto Verificador de Circulação, anuncio dia 25, mudanças na tecnologia em seu sistema de medição de audiência de internet para adaptar sua metodologia a padrões internacionais.
Em quatro meses, todos os associados do IVC terão de usar a tecnologia WebTrends para medir sua audiência, com o risco de não entrarem mais nos rankings do instituto, que também medirá o número de assinantes pagos das empresas de internet a partir de 2002.
A tecnologia WebTrends ERS (Enterprise Reporting System) será adotada em duas versões: uma para pequenos e médios sites, com menor volume de tráfego e medindo apenas as informações que passam pelos servidores, e outra para sites e portais com grande volume de tráfego, medindo os servidores e trazendo a diferença de adotar cookies (arquivos de texto armazenados no computador com informações sobre a navegação na Web) para aumentar a precisão no número de visitantes únicos de cada site. O WebTrends tem de ser instalado em uma nova máquina no site ou provedor.
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O IVC usa o método site centric, que mede e analisa o número de acessos dentro dos próprios sites, auditando os próprios provedores. Entretanto, sem a definição de padrões e normas para regular esses acessos, o método era usado em um "processo tupiniquim", que permitia inflar os números, admite Orlando Lopes, presidente do IVC.
A mudança, que continua a usar o método site centric, ocorre para ajustar o Brasil a padrões internacionais definidos pelo IFABC (International Federation of Audit Bureaux of Circulations). Entre eles, acabar com artifícios usados pelos sites para "inflar" a audiência, como o uso de frames (quadros) e com a atualização automática de páginas, melhorando a qualidade da informação auditada pelo IVC.
"O novo sistema vai disciplinar isso", afirma Lopes. "O IVC também fará auditorias periódicas nos sites para confirmar os dados." O IFABC define usuário único como o número total de combinações únicas de um endereço IP mais um identificador, que no caso do IVC, será um cookie.
Ou seja, a medição da audiência continua a ser feita por endereço IP (que causa polêmica, já que vários usuários podem compartilhar o mesmo IP em uma rede) somado aos cookies.
Marco Watanabe, diretor de e-solutions do Grupo Imarés, que deu suporte e consultoria tecnológica ao IVC, afirma que o uso de cookies não prejudicará a privacidade do internauta, já que o cookie vai armazenar apenas um número para acompanhar a visita ao site, mas não os caminhos que o usuário percorreu dentro dele. "O uso de cookies garante maior segurança e rastrabilidade", afirma o presidente do IVC.
Entretanto, a novidade tem seu preço. Sites "pequenos" terão de investir pelo menos 6 mil dólares na tecnologia da WebTrends. Mas grupos (e empresas de maior porte) poderão negociar descontos. "Se os sites se unirem, vão comprar melhor e mais barato", diz Lopes.
O IVC, por enquanto, só tem a certeza da tecnologia adotada. O órgão ainda definirá os padrões para a medição de audiência em parceria com a AMI (Associação de Mídia Interativa) e seus afiliados. "O processo é gradual, as novas métricas serão publicadas aos poucos", avalia Watanabe. Entre as regras a serem definidas estão como o IVC medirá a audiência de chats, de páginas com atualização automática e que usam frames, sempre seguindo as orientações do IFABC.
Com uma previsão otimista, Lopes acredita que em 60 dias essas normas estarão definidas. O IVC será dividido em duas unidades - impressa, que continua no Rio de Janeiro, e internet, que se muda até agosto para São Paulo.
Em quatro meses, afiliados do IVC que não usarem o WebTrends não aparecerão no relatório do instituto, informa Lopes. Em todo o projeto - da contratação de consultorias à troca de servidores e infra-estrutura - o presidente do IVC estima que o órgão investiu de 1,2 milhão de reais a 1,5 milhão de reais.
Para janeiro de 2002, o IVC prevê o lançamento de um serviço para auditar as assinaturas pagas, calculando o número de assinantes por região do país, assim como faz com assinaturas de revistas impressas.