Uma jaguatirica e uma irara foram flagradas, em uma propriedade em Bocaiuva do Sul, Paraná. Os registros foram feitos nos dias 12, 13 e 21 de fevereiro. Há três anos, a propriedade Cerro das Flores faz parte do Programa Desmatamento Evitado (PDE) da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e possui 100 hectares de área adotada.
As imagens foram registradas com uma câmera fotográfica acoplada a um sensor capaz de identificar a presença de animais.
A jaguatirica encontra-se ameaçada em toda a sua área de distribuição devido ao desmatamento e à caça para o comércio ilegal de peles. O animal ocupa uma grande variedade de habitats e alimenta-se principalmente de pequenos mamíferos, como roedores e também aves, serpentes, lagartos e até mesmo jovens de veados e porcos-do-mato.
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De acordo com Denilson Cardoso, coordenador do PDE, essa aparição é importante porque a jaguatirica não é uma espécie comum de ser encontrada. "Isso demonstra que a conservação das áreas pode nos trazer inúmeras surpresas e que a ação de proteção que estamos fazendo é significativa, maior do que conseguimos ver de imediato. Propriedades como essa poderiam servir de grande sitio de pesquisa para universidades", ressalta.
Além da jaguatirica, a câmera oculta também registrou uma irara na propriedade. Fora da lista de animais ameaçados de extinção no Paraná, a irara (Eira barbara) tem um aspecto semelhante às martas e fuinhas, podendo atingir 60 cm de comprimento, não incluindo a cauda, que sozinha chega a 47 cm.
A irara, também conhecida no Brasil de papa-mel, tem corpo esguio, o pescoço alongado e as pernas compridas. Habita as florestas e também os campos. Predominantemente diurna, possui costumes solitários e apresenta grande agilidade, podendo nadar e escalar com facilidade. Tem ampla distribuição e é considerada um dos predadores de médio-porte mais abundantes onde ocorre. O desmatamento é a principal ameaça à espécie.