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Crime virtual

Jogo sexual expõe adolescentes na web

Carolina Avansini - Folha de Londrina
27 abr 2014 às 10:44

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- César Augusto - Equipe Folha
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Um jogo sexual que envolve o compartilhamento de imagens de si mesmo com pouca ou nenhuma roupa, acompanhadas de convites eróticos para amigos, namorados e ficantes, ganha cada vez adeptos entre adolescentes. Trata-se do sexting, uma prática cujas consequências acendem a luz de alerta sobre a necessidade de orientar meninos e meninas com relação aos riscos de expor a privacidade em redes sociais como Facebook ou Whatsapp.

O Núcleo de Combate ao Cibercrime (Nuciber) da Polícia Civil do Paraná recebe uma média de vinte denúncias mensais apenas sobre o vazamento de fotos de conteúdo erótico na internet, a maioria protagonizada por adolescentes. Já a ONG SaferNet Brasil divulgou neste mês que os pedidos de ajuda relativos a casos de sexting e selfie com nudez dobraram em 2013. Foram 48 registros em 2012 e 101 casos no ano passado. Somente nos dois primeiros meses de 2014 já foram 21 casos relatados. No ano passado, neste mesmo período, foram apenas três relatos. Os pedidos de ajuda tiveram origem em 166 municípios brasileiros.

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A ONG divulgou também que dos 1.861 atendimentos realizados através de e-mail e chat entre 2012 e 2013, 77% foram para adolescentes e jovens. As meninas corresponderam a 77,14% das pessoas prejudicadas pela prática. O dado mais alarmante, porém, diz respeito à idade das vítimas: a maioria, 35,71%, tem entre 13 e 15 anos.

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"Esta idade é mais sensível à prática de sexting e selfies de nudez porque estão iniciando a sexualidade", explica a psicóloga Juliana Cunha, coordenadora do Helpline Brasil, serviço de apoio às vítimas de crimes virtuais oferecido pela SaferNet. Segundo ela, muitas meninas se fotografam até mesmo para compreender as mudanças corporais pelas quais estão passando. "Elas têm corpo de mulher, mas ainda falta maturidade para entender as consequências do compartilhamento de intimidades na internet", ressalta.

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Quando a imagem cai na rede, fica difícil mensurar as consequências. "As fotos viralizam rapidamente e podem ficar disponíveis por décadas. A longo prazo, é possível que os filhos encontrem cenas de sexo protagonizadas pelos próprios pais", alerta.


Outra consequência, mais imediata, é a sensação de vergonha e o risco de ser ofendida ou até agredida. "É como aparecer pelada em um outdoor", compara. Além disso, as fotos podem acabar em sites de pornografia sem a vítima sequer ficar sabendo.

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A ONG realiza atendimento através de um chat em tempo real, das 13 às 19 horas, e também por e-mail. "Oferecemos acolhida, suporte psicológico e orientações sobre as providências possíveis de serem tomadas", esclarece. Conforme Juliana, a primeira reação das vítimas é o medo da opinião dos outros e das consequências imediatas da divulgação das imagens. "A maior preocupação é tirar as fotos do ar o mais rápido possível, antes de viralizar", conta. "No caso de imagens de nudez ou sexo explícito envolvendo adolescentes, a própria ONG aciona as autoridades para tentar remover da rede o mais rápido possível", esclarece.


No caso de adultos, tirar as fotos do ar é mais difícil porque a princípio não configura um crime e o processo envolve vias judiciais. Julaina alerta que esta realidade preocupa porque, no ranking de atendimentos, os jovens de 18 a 25 anos ocupam o segundo lugar, com 32,14% dos contatos.

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Sobre o aumento da demanda pelo serviço, Juliana avalia que "já era esperado". "Resulta do uso mais precoce e intenso das tecnologias", afirma. Além disso, dois casos de meninas que se suicidaram no Rio Grande do Sul e no Piauí após terem fotos expostas nas redes sociais, no segundo semestre do ano passado, aumentaram o interesse pelo assunto.


Serviço - O Helpline Brasil é um serviço gratuito oferecido pela ONG SaferNet Brasil para esclarecer dúvidas, ensinar formas seguras de uso da internet e também orientar crianças, adolescentes, pais e educadores sobre situações de violência on-line como humilhações, intimidações, chantagem, tentativa de violência sexual ou exposição forçada em fotos ou filmes sensuais. O HelpLine Brasil faz parte da rede global de canais de ajuda e orientação Child Helpline Internacional, presente em 133 países. O canal está disponível em dois endereços www.helpline.org.br ou www.canaldeajuda.org.br.

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