A Justiça Militar absolveu os quatro policiais militares acusados de torturar o jovem Ismael Ferreira da Conceição, em março de 2012, durante a instalação da primeira Unidade Paraná Seguro (UPS) de Curitiba, no bairro Uberaba. O rapaz, na época com 19 anos, afirmou que apanhou e que em seguida foi deixado no porta-malas de um veículo.
Segundo o comandante-geral da Polícia Militar (PM), Roberson Luiz Bondaruk, apesar da absolvição, os policiais respondem a um processo disciplinar e ainda podem ser excluídos da corporação. "Na verdade (o caso) ainda está sendo processado. Paralelamente à questão penal há também a questão disciplinar, porque independentemente de haver a absolvição do crime comum, pode haver o homicídio moral, como nós chamamos, inclusive com o processo de exclusão, se constatarmos que a gravidade do fato perante à disciplina militar é incompatível para a permanência deles", afirmou.
De acordo com o coronel, a demora no julgamento do processo acontece porque é assegurada aos policiais a ampla defesa e todos os demais direitos constitucionais, "para que eles também não sejam vítimas de injustiças". "O fato de eles serem absolvidos na justiça comum já conta a favor, mas a Polícia Militar se reserva o direito de fazer uma análise complementar", disse Bondaruk.
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Procurada pela reportagem, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil - seção Paraná (OAB-PR), que fez a denúncia na época, informou que irá solicitar informações a respeito do andamento do inquérito junto à PM e à Polícia Civil para, na sequência, avaliar que procedimentos serão tomados a partir de agora.