Médicos e pacientes de glaucoma lançaram nesta sexta-feira, no Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), a Campanha Estadual de Prevenção do Glaucoma - uma doença ocular que pode ocasionar cegueira.
Estimativas da Associação Brasileira dos Portadores de Glaucoma, Seus Amigos e Familiares (Abrag) demonstram que no Brasil cerca de 500 mil pessoas são portadoras da doença. No Paraná, são 30 mil. Em Curitiba e Região Metropolitana, 7 mil. Do total de pacientes de glaucoma, 10% deverá ficar cego em caráter irreversível.
Uma das formas mais eficazes de prevenção é o diagnóstico precoce. Por esta razão, os especialistas orientam exames rotineiros (uma vez a cada dois anos) para todas as pessoas com mais de 40 anos.
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Os mais atingidos pela doença são da raça negra, com histórico familiar da doença, lesões ou cirurgias oculares anteriores, diabetes, hipertensão arterial ou problemas cardiovasculares. "Essas pessoas precisam ter um cuidado redobrado", afirmou o coordenador do setor de glaucoma do HC, Kenji Sakata.
Pesquisas feitas recentemente em Piraquara (Região Metropolitana de Curitiba), demonstraramque num universo de 1,9 mil pessoas avaliadas, 282 tiveram um diagnóstico de suspeição de glaucoma. Destas, 184 retornaram para atendimento. Foram confirmados 73 casos de glaucoma simples, três casos de glaucoma agudo e outros três casos de glaucoma em estágio médio.
Dos pesquisados, 59% tinham problemas de hipertensão; 26% tinham diabetes; outros 26% estavam com doenças cardiovasculares. No caso de crianças, o glaucoma dificilmente é diagnosticado. Foram avaliadas 550 crianças com queixas de problemas de visão e apenas duas tinham realmente glaucoma. "A doença não apresenta sintomas. A visão central fica perfeita, mas ele perde o campo visual aos poucos. Quando percebe, a visão já está completamente comprometida", alerta Sakata.
O tratamento da doença pode ser feito com colírios, medicamentos e cirurgias (nos casos considerados mais graves). O paciente Marcos Reinstein tem glaucoma há um ano e um mês. Ele contou que passou por problemas psicológicos sérios no ano passado. Por medo, não saía mais de casa. "Aos poucos, com o tratamento, fui quebrando minha dependência com os outros. Agora recuperei a fé e sei que ainda posso ser útil", declarou ele, que ainda luta contra a cegueira. "Tive meu primeiro neto e posso vê-lo com dificuldades. Mas posso vê-lo ainda", considerou.
Informações sobre a doença pode ser obtidas no site www.abrag.com.br ou pelo telefone 0800-141049.