O governador Jaime Lerner (PFL) apóia incondicionalmente as medidas adotadas contra as greves e paralisações de policiais militares no Brasil. A criação da Guarda Nacional, a proibição da sindicalização e a expulsão de manifestantes receberam o aval do governador.
No entanto, o professor de Direito de Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e coronel da reserva da Polícia Militar do Paraná (PMPR), Antônio Celso Mendes, avalia que as medidas decididas pelo governo federal e alguns estados não resolvem a crise do sistema de segurança do País.
Para o governador, a medida está na altura da revolta sentida nos últimos dias. "Foi consenso entre os governadores que não houve greve de polícias Civil e Militar nos Estados, mas sim motins, com todas as consequências que esse tipo de atitude gera na população, como por exemplo saques, arrombamentos e crimes", disse Lerner.
Leia mais:
Cinco livros para conhecer obra literária de Dalton Trevisan, morto aos 99 anos
Paraná pode ter 95 colégios dentro do programa Parceiro da Escola a partir de 2025
Arapongas e Cambé alertam para golpe do alvará de funcionamento
Com 1.176 casos de dengue, regional de Londrina lidera registros de dengue no Paraná
"Nossa preocupação comum é evitar que reivindicações salariais criem estados de excepcionalidade e comprometam a segurança da população", explicou Lerner, ao sair do encontro com o presidente da República.
"O povo não pode ser exposto às consequências de paralisações da segurança e os governantes têm o dever de se antecipar às crises", emendou o secretário da Segurança Pública do Paraná, José Tavares, que também participou da reunião.
Porém o professor da PUC, Antônio Celso Mendes, avalia que as ações tomadas são paliativas e não servirão para impedir futuras revoltas. "Uma mudança inteligente da Constituição é a solução para direcionar o sistema policial às necessidades atuais, que são os municípios e estados", analisou.
Para Mendes, a principal mudança foi deixada em segundo plano para ser analisada depois pelos governadores. "A unificação das polícias Civil e Militar vai significar economia e melhor operacionalização do sistema", disse. "Outra medida é a desmilitarização da polícia, sem que se perca as características da farda, discplina e hierarquia", disse.
O professor defende também a unificação das escolas de polícias Civil e Militar. Nesse processo, também teria que ser unificado a categoria dos agentes penitenciáios, que passariam a ser policiais com formação específica. "A despolitização dos quartéis deve acontecer pela supressão do direito a voto pela categoria na ativa", afirmou.