Mais um paciente morreu, na madrugada de desta segunda-feira, em Ponta Grossa à espera de vaga em Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Uma mulher de 50 anos foi internada no Hospital Municipal de Ponta Grossa, na noite de domingo, com derrame cerebral e acabou morrendo oito horas depois.
Na última quinta-feira, uma senhora de 63 morreu depois de aguardar atendimento por 24 horas. Segundo levantamento do hospital, em junho, das 16 pessoas que precisavam de atendimento em UTI em Ponta Grossa, 13 morreram na fila de espera.
Outro paciente, de 55 anos, em estado grave, também aguardava vaga em UTI hoje. O diretor de Atenção à Saúde do Hospital Municipal de Ponta Grossa, Amílcar Ruani, disse que acionou a Promotoria de Defesa da Saúde no município, para que intermediasse junto ao governo do Estado uma vaga para o paciente. Ele está com pneumonia e infecção generalizada e precisa de UTI com isolamento.
Leia mais:
Sesa reforça gratuidade dos serviços ofertados pelo SUS
Prefeitura de Cambé abre PSS para contratação de agentes de combate às endemias
BR-376 é bloqueada após deslizamento de terra em Nova Esperança
Detran disponibiliza página de estatísticas para consultas sobre veículos
No final da tarde, o Instituto de Saúde de Ponta Grossa conseguiu uma vaga numa UTI em Campo Largo, Região Metropolitana de Curitiba. O município decidiu arcar com o custo de R$ 850,00 com a locação de uma UTI móvel para transportar o paciente, o que ocorreria ainda hoje.
Na última sexta-feira, o juiz da 3ª Vara Cívil de Ponta Grossa, José Sebastião Fagundes Cunha, deferiu liminar em favor do Ministério Público (MP), obrigando hospitais de Curitiba, conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS), a atenderem pacientes que estejam em hospitais públicos ou privados de Ponta Grossa à espera de UTI. A decisão obriga ainda a prefeitura de Ponta Grossa a providenciar, no mínimo, duas UTIs móveis para o transporte dos pacientes à Capital.
O diretor-geral do Instituto de Saúde de Ponta Grossa, Valmir de Santi, disse que o município ainda não conhece, oficialmente, o teor da decisão judicial. Mas adiantou estar negociando com o governo a transferência de ambulâncias da Central de Regulação, de Curitiba para Ponta Grossa. A prefeitura, informou ele, é responsável pela gestão básica da saúde. A disponibilização de UTIs móveis seria competência do Estado.
Santi lembrou que, desde 1989, Ponta Grossa tem o mesmo número de leitos de UTI. São 18 unidades, enquanto a quantidade mínima, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, deveria ser 35. De acordo com o diretor-geral, o Ministério da Saúde autorizou o credenciamento de mais 16 leitos de UTI para adultos e seis neonatais. Quatro deles deverão ser disponibilizados ainda esta semana - dois na Santa Casa de Misericórdia e dois no Hospital Bom Jesus. Outros 10 serão implantados no Hospital da Cidade (Clínica Infantil Pinheiros) em um prazo de aproximadamente 20 dias.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Estado da Saúde informou que o governo ainda não foi notificado da decisão judicial.