Militantes ligados ao Movimento dos Trabalhadores Sem Terra e aos sindicatos se aglomeram no pátio rodoferroviario, na região central de Curitiba, e se preparam para iniciar, às 18h desta terça-feira, 9, uma primeira marcha em defesa de Luiz Inácio Lula da Silva. O ex-presidente ficará frente a frente com o juiz federal Sérgio Moro, nesta quarta, 10, como réu da Operação Lava Jato.
Os manifestantes caminharão até a Praça Tiradentes, no Centro de Curitiba, onde haverá um ato político.
Organizadores estimam já contar com cerca de 3 mil militantes, vindos do interior do Paraná e Estados mais próximos, como Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
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"Hoje há uma passeata. Já houve uma manifestação no período da manhã, no município de Campo Largo, com integrantes do MST, a polícia acompanhou, não houve incidente nenhum. E hoje à partir das 18h é prevista uma passeata do local de acampamento até o centro da cidade", afirmou o secretário de Segurança Pública do Paraná, Wagner Mesquita.
Acampamento
Um grande acampamento foi montado no terreno, que é da União, já que a prefeitura proibiu a montagem em terrenos municipais. Pela manhã, a senadora Gleisi Hoffmann, (PT-PR), que também é investigada na Lava Jato, esteve no local e cumprimentou militantes.
Novas caravanas estão previstas para chegar entre a noite desta terça-feira e manhã desta quarta.
"Estamos esperando cerca de 50 mil pessoas", estima o coordenador da Frente Brasil popular, Raimundo Bonfim. Ele disse que a Frente convidou o ex-presidente Lula para o ato batizado de Jornada pela Democracia, que acontece às 18h desta quarta-feira, logo após o depoimento.
O líder do MST, João Pedro Stédile, disse que o ato tem como objetivo "impedir práticas antidemocráticas" que, segundo ele, foram cometidas no processo contra Lula. "O que estamos defendendo é o direito de ele ser julgado com Justiça", disse ele, que pede que o depoimento seja transmitido ao vivo.
Um dos coordenadores do MST do Paraná, Roberto Baggio, disse que, diferente do que foi divulgado pela polícia, as facas, fações e enxadas apreendidas não eram armas, mas ferramentas usadas pelos militantes para a cozinha e armação das barracas. "Isso é uma manipulação da Polícia. São ferramentas para manipulação da comida e armação dos abrigos", disse.
Números
O secretário de Segurança afirmou que é uma operação complexa, por envolver várias forças de segurança. "Já recebemos as primeiras caravanas." "A informação dos grupos para nós seria na faixa de 300 ônibus. A realidade que nós temos hoje em Curitiba são 20 ônibus. E a Agência Nacional de Transportes Terrestres, a ANTT, tem registrado 36 pedidos de novos ônibus vindo para cidade. É o que temos hoje."