Um grupo de 34 manifestantes ocupa desde a noite de terça-feira (15) o plenário da Câmara Municipal de Curitiba. Eles são membros da Frente der Luta Pelo Transporte (FLPT) da capital, um movimento que pede a redução da tarifa do transporte público na capital e o encerramento dos contratos com as empresas que atualmente controlam a Rede Integrada de Transporte (RIT).
A ocupação do plenário foi decidida em assembleia da FLPT realizada em frente à Câmara no final da tarde de terça-feira. Os manifestantes, que acompanham desde julho o andamento da CPI do Transporte de Curitiba, e com base no relatório do Tribunal de Contas (TC) do Paraná, pedem que a tarifa de ônibus seja reduzida a R$ 2,25 – atualmente a passagem custa R$ 2,70.
Outro ponto reivindicado pelos manifestantes é o fim dos contratos da Urbs (Urbanização de Curitiba) com as atuais empresas que gerenciam o transporte da cidade. A CPI e uma auditoria interna da Urbs constataram irregularidades no andamento da licitação que ocorreu em 2010 e que concedeu às atuais empresas os direitos de gerenciar o transporte. Os manifestantes também se dizem descontentes com o andamento da CPI da CMC.
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No início da tarde desta quarta-feira (16), o grupo permanecia no plenário e realizava uma assembleia para decidir como continua a ocupação. Eles terão, ainda nesta tarde, uma reunião com o presidente da Câmara, vereador Paulo Salamuni (PV), sobre a ocupação.
Prédio bloqueado – desde o início da ocupação na terça-feira, a Guarda Municipal foi chamada e impede os manifestantes de saírem do local, como também não deixam que outras pessoas tenham acesso ao plenário, segundo Letícia Camargo, que é membro da FLPT. "Nós estamos incomunicáveis com outras pessoas. Só podemos ter contato por telefone", disse.
Grupos de manifestantes também se reúnem do lado de fora da Câmara em apoio aos que estão no plenário. Barracas foram montadas nas proximidades do prédio e membros de sindicatos oferecem assistência aos que permanecem no prédio, com fornecimento de alimentos.
Prefeito – desde o início da ocupação, os membros da FLPT pedem uma reunião com o prefeito Gustavo Fruet e querem que ele tome alguma atitude quanto à licitação do transporte público. Em nota, a prefeitura de Curitiba informou que a gestão está em constante diálogo com os membros da FLPT, mas que não pode tomar decisões unilaterais que tragam prejuízos aos cofres do município.
O Executivo municipal ainda informou na nota que há um rombo na RIT que chega a R$ 97 milhões e que o subsídio dado pelo governo do Paraná e pela prefeitura consegue conter a ausência de dinheiro em caixa. A prefeitura ainda jogou a responsabilidade pelo transporte metropolitano para o Palácio Iguaçu ao dizer que "se o Governo do Estado licitar e assumir o transporte metropolitano, Curitiba abre mão de qualquer subsídio e tem condições de reduzir a tarifa". (atualizado às 14:02)