Em função do déficit de R$ 4,5 milhões desde agosto do ano passado no setor da saúde, o Conselho Municipal de Saúde de Maringá decidiu reduzir o atendimento na área de oncologia. Considerado um dos tratamentos mais onerosos para o município, a oncologia consome mensalmente cerca de R$ 650 mil.
O repasse de recursos para a saúde de Maringá entretanto, é de R$ 400 mil por mês. Até o mês passado, o repasse era de R$ 300 mil. De acordo com os conselheiros municipais, Maringá não tem mais condições de manter todo o atendimento oncológico sem que haja o aumento do teto financeiro para a saúde.
Conforme o secretário municipal de Saúde, Paulo Mathias, Maringá é responsável pelo atendimento, na área de oncologia, de moradores de cinco regionais de saúde, o que representa uma população de 1,6 milhão.
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''Cascavel que atende cerca de 700 mil habitantes recebe R$ 700 mil por mês para a saúde pública e Maringá que atende mais do que o dobro recebe R$ 400 mil'', compara.
Mathias afirmou que a redução de atendimento de pacientes com câncer vai atingir os moradores de Maringá e de toda região. De acordo com a assessora de comunicação e controle social da Secretaria de Saúde, Solange Marega, o corte será linear.
Ela explica que a secretaria vai fazer um levantamento da média de atendimento de pacientes de cada município e dos recursos que estes municípios repassam para Maringá. Só será prestado atendimento no limite dos recursos disponíveis.
Uma das causas do déficit orçamentário para a saúde de Maringá foi o credenciamento do Hospital do Câncer de Maringá, no final de 2000. Na época, o município não tinha a média de atendimento de pacientes da área de oncologia porque os pacientes de Maringá e região eram atendidos em Londrina. Sem a média, o teto financeiro da saúde para Maringá ficou defasado.
A expectativa, diz Mathias, é de que a médio prazo o problema seja resolvido. Ele afirmou que várias reuniões já foram realizadas na Secretaria de Saúde do Estado e também no Ministério de Saúde para analisar a defasagem do teto financeiro para Maringá.
''Hoje, já existem técnicos da Secretaria e do Ministério convencidos de que o teto financeiro de Maringá deve ser revisto'', afirmou.