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Mercado em construção

(Ponto-com)
16 abr 2001 às 14:28

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Se este será um ano decisivo para as empresas da Internet que ainda não encontraram uma forma de alavancar seus negócios, quem já montou programas de B2B e B2C também precisará mostrar a que veio até o fim de 2001. Essa situação tem no mercado de construção civil um exemplo típico. Segundo a consultoria Yankee Group, até dezembro passado foram abertos no Brasil cerca de 50 sites e portais do gênero. "Poucos fecharam, mas quase todos estão engatinhando no desenvolvimento de uma solução efetiva", avalia Luciana Hayashi, analista da consultoria.


O negócio, no entanto, não tem segredo. Fornecedores habilitados recebem o pedido por e-mail e preenchem um formulário único. O comprador, por sua vez, tem acesso a preços e características dos produtos numa planilha global que facilita a comparação e a escolha. Se é assim, por que, então, nenhum site especializado decolou com o B2B? "As empresas precisam confiar nesse tipo de negociação, ainda em teste, além do que não existe um número significativo de fabricantes cadastrados, o que torna as cotações ineficazes", responde Luciana. É por isso que a briga pelo cadastro de fornecedores vem esquentando. O prêmio para quem sair na frente pode ser uma fatia do mercado de construção, que movimenta 80 bilhões de dólares por ano no país.

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VITRINE VIRTUAL
Enquanto esse dia não chega, os sites tentam conquistar clientes potenciais, sabidamente tradicionais e avessos a mudanças nos processos de compras. O portal Tecto oferece um conteúdo editorial de construção, arquitetura e decoração, assim como um catálogo de produtos dessas áreas. Ao todo, são 40.000 itens catalogados. Desde o começo de 2000, recebeu 13 milhões de dólares de instituições financeiras como o ABN/AMRO Bank.

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As 500 empresas que já assinaram contrato para incluir seus produtos no catálogo da Tecto pagam entre 650 e 1.200 reais por mês. Uma delas é a GE. "Essa exposição torna o processo de venda mais dinâmico, mas ainda não fechamos nenhum acordo para que os nossos produtos sejam comercializados por meio do portal", afirma Milton Carvalho, gerente de marketing da empresa. De fato, convencer a clientela a entrar no B2B é um segundo passo, que a Tecto, contudo, já está dando, segundo o seu diretor-presidente Ronaldo Ferreira Filho, que estima um faturamento de 8 milhões de reais até o fim do ano.

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Outros dois portais de construção civil subiram nos andaimes da rede em dezembro de 2000. O Clicon, que tem entre seus sócios o Grupo Martins, começou com clientes que negociam 420 milhões de reais por ano: a Incorporadora e Construtora Gafisa, a Construtora Agenco e a Martins Distribuidora. O portal deve contar com 8 milhões de dólares até o fim de 2001, de uma injeção total de 25 milhões de dólares acordada entre os sócios, diz Rubens Nicoluzzi, diretor de operações da empresa. Seu projeto de B2B estabelece uma taxa anual entre 800 e 250.000 reais (!) para os fornecedores que participam de cotações online. Quanto maior esse valor fixo, menor o percentual cobrado pela transação, que varia de 0,5% a 3%. Em fevereiro, o Clicon movimentou 15 milhões de reais, e faturou perto de 150.000 reais.



APOIO DO RAMO
Já o Estrutura.Net estreou depois de conseguir uma injeção de 20 milhões de dólares para os dois primeiros anos, aplicada principalmente por gente do ramo, a exemplo da Tigre e da Votorantim. "Como os nossos parceiros farão suas compras conosco, temos uma certa tranqüilidade", admite Maurício Mansur, presidente do site. Segundo ele, o Estrutura.Net cobra do vendedor entre 1% e 5% da quantia negociada, o que deverá lhe render um faturamento de 10 milhões de reais até dezembro. Os clientes/investidores alimentam tal previsão. Nicola Tommasini, diretor da Pirelli Cabos, espera vender 50% a mais até 2002 com a participação no Estrutura.Net somada a um sistema próprio de vendas online.

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Outro endereço voltado para a construção civil é o Construbid, que estará com o seu B2B funcionando em maio próximo. O site contou com um aporte inicial de 2,5 milhões de dólares no fim de 1999, dinheiro que veio do Latin eVentures, do Ideias.Net e de investidores independentes. Como os concorrentes, o projeto fará a ponte entre compradores e fornecedores, cobrando destes últimos 2% sobre o valor da operação. Mas a idéia é tornar o Construbid um espaço na rede para armazenar e ajudar no gerenciamento de projetos de engenharia, garante o diretor do portal, Ricardo Samuel Gondstein. "Queremos faturar 1,5 milhão de dólares em um ano e obter 10% do mercado de negócios de construção", vislumbra.



Esse tipo de solução, com serviços agregados, é o negócio em que o consultor Marco Antonio Stefanini, da Stefanini Consultores, mais aposta. "Não dá para ganhar dinheiro apenas com a venda", dispara ele, que, no entanto, tem dúvidas se a elaboração de catálogo representa uma boa fórmula. "Considero-a trabalhosa e onerosa", avalia. Como a maioria dos portais escolheu como sustentação a intermediação de fornecedores e compradores, o consultor acredita que devem largar na frente aqueles que nasceram da iniciativa de grandes grupos do ramo. "Pelo mesmo esses já começam com clientes."


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