Seis famílias afastadas do Movimento dos Sem-Terra (MST) desde de 2007, voltaram a ocupar o assentamento Antonio Companheiro Tavares, em São Miguel do Iguaçu, no Oeste do Paraná, no último domingo (5). Segundo integrantes do movimento, as pessoas chegaram ao local portando facas e armas de fogo, ameaçando famílias que vivem no local. Desde domingo, a presença das polícias Federal e Militar é constante para evitar confronto entre as duas partes e investigar o narcotráfico na área. Os cerca de 40 "invasores" seriam traficantes, e já teriam deixado o movimento por envolvimento com drogas.
Durante uma apreensão de drogas, realizada na BR 277, pela Polícia Federal e Civil, em 1° de setembro de 2007, foram encontrados 1.590 quilos de maconha em um caminhão próximo ao pedágio de São Miguel do Iguaçu, suspeito de ter saído do assentamento. Em seguida, houve uma busca e apreensão nos lotes, onde foram encontrados mais 26 quilos de maconha em caixas de abelhas, no meio da lavoura, em bananeiras e sacos de rações para peixes. Na época ninguém foi preso porque o motorista abandonou o veículo e fugiu. Apesar disso, três agricultores foram indiciados. Na época os envolvidos fugiram do assentamento para não serem presos.
"As famílias do Assentamento Antonio Tavares, que vivem amedrontadas pelo tráfico, cobram da justiça punição dos envolvidos com o crime, que estavam afastados do assentamento há quase dois anos e agora estão tentando voltar ao local. Esperamos que a Justiça reconheça o direito dos trabalhadores à vida comunitária e sem drogas, e não permita o retorno das pessoas envolvidas com o tráfico aos lotes", diz uma nota enviada pelo MST.