Continuando com sua história de fiascos iniciada nos festejos em comemoração aos 500 Anos do descobrimento, a Nau Capitânia chegou ao Paraná fazendo feio. Na tentativa de atracar no cais da Capitania dos Portos de Paranaguá, a nau de 26 metros de comprimento bateu num dos navios da Capitania que estava parado no cais, ganhou arranhões e teve uma de suas janelas quebrada.
A Nau Capitânia foi construída para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil e é uma réplica da embarcação que trouxe Pedro Álvares Cabral. Marinheiros e dois navios-rebocadores precisaram ajudar a réplica a conseguir atracar corretamente no cais para que as comemorações da sua chegada não ficassem tão prejudicadas.
"É uma coisa normal quando se tem um navio de difícil controle num lugar tão estreito para se fazer as manobras", tentou justificar o almirante e presidente da Escola Naval do Rio de Janeiro, Domingos Castello Branco. Segundo ele, a manobra foi feita corretamente mas a correnteza estava muito forte e pegou o comandante de surpresa.
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Já o prefeito de Paranaguá, Mario Roque (PSDB), não perdeu o discurso. "Foi um momento completo. A atracação difícil demonstrou todas as dificuldades que tinham os navegadores que descobriram o Brasil", declarou. Depois de tudo resolvido, a banda da Polícia Militar voltou a tocar para que todos pudessem entrar no navio.
Esta é a primeira vez que a Nau deixa o litoral do Rio de Janeiro e da Bahia para visitar outros Estados. O navio que ainda vai abrigar um museu, deixou Niterói no sábado, chegou ontem em Paranaguá e vai para Antonina no próximo dia 5 de fevereiro. A visitação pública será aberta nesta quarta-feira pela manhã e custa R$ 2,00 para os turistas, R$ 1,00 para os estudantes que comprovarem com carteirinhas e será gratuita para os grupos de escolas públicas que forem visitar uniformizados.
De acordo com o almirante Castello Branco, o museu da Nau ainda não está completo. "Ainda falta a verba para trazer as réplicas dos objetos usados pela tripulação de Cabral na época." De acordo com ele, serão usados ainda R$ 130 mil para fazer fogões, mesas e também imitar os banheiros usados pela tripulação portuguesa em 1500. A nau consumiu US$ 2 milhões para ser construída e as acusações de superfaturamento pesaram no processo de demissão do então ministro Rafael Greca, que hoje é secretário da Comunicação do governo Jaime Lerner.
A Nau Capitânia fica em Paranaguá e depois vai para Antonina onde deve permanecer atracada até o dia 11 de fevereiro. De lá, a réplica volta para o Rio de Janeiro. De acordo com o almirante, a viagem só foi possível com o convite e a ajuda financeira dada pelas prefeituras de Paranaguá e também de Antonina. Segundo Castello Branco, em média a viagem custa R$ 1,5 mil por dia. No total, a previsão de gastos para a vinda e permanência no Paraná deve custar R$ 25 mil para pagar o combustível, a tripulação, a alimentação e a atracação, que quase não teve um final feliz em Paranaguá.