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Nau Capitânia bate na chegada a Paranaguá

Redação - Folha do Paraná
30 jan 2001 às 19:59

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Continuando com sua história de fiascos iniciada nos festejos em comemoração aos 500 Anos do descobrimento, a Nau Capitânia chegou ao Paraná fazendo feio. Na tentativa de atracar no cais da Capitania dos Portos de Paranaguá, a nau de 26 metros de comprimento bateu num dos navios da Capitania que estava parado no cais, ganhou arranhões e teve uma de suas janelas quebrada.

A Nau Capitânia foi construída para comemorar os 500 anos do descobrimento do Brasil e é uma réplica da embarcação que trouxe Pedro Álvares Cabral. Marinheiros e dois navios-rebocadores precisaram ajudar a réplica a conseguir atracar corretamente no cais para que as comemorações da sua chegada não ficassem tão prejudicadas.

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"É uma coisa normal quando se tem um navio de difícil controle num lugar tão estreito para se fazer as manobras", tentou justificar o almirante e presidente da Escola Naval do Rio de Janeiro, Domingos Castello Branco. Segundo ele, a manobra foi feita corretamente mas a correnteza estava muito forte e pegou o comandante de surpresa.

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Já o prefeito de Paranaguá, Mario Roque (PSDB), não perdeu o discurso. "Foi um momento completo. A atracação difícil demonstrou todas as dificuldades que tinham os navegadores que descobriram o Brasil", declarou. Depois de tudo resolvido, a banda da Polícia Militar voltou a tocar para que todos pudessem entrar no navio.

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Esta é a primeira vez que a Nau deixa o litoral do Rio de Janeiro e da Bahia para visitar outros Estados. O navio que ainda vai abrigar um museu, deixou Niterói no sábado, chegou ontem em Paranaguá e vai para Antonina no próximo dia 5 de fevereiro. A visitação pública será aberta nesta quarta-feira pela manhã e custa R$ 2,00 para os turistas, R$ 1,00 para os estudantes que comprovarem com carteirinhas e será gratuita para os grupos de escolas públicas que forem visitar uniformizados.


De acordo com o almirante Castello Branco, o museu da Nau ainda não está completo. "Ainda falta a verba para trazer as réplicas dos objetos usados pela tripulação de Cabral na época." De acordo com ele, serão usados ainda R$ 130 mil para fazer fogões, mesas e também imitar os banheiros usados pela tripulação portuguesa em 1500. A nau consumiu US$ 2 milhões para ser construída e as acusações de superfaturamento pesaram no processo de demissão do então ministro Rafael Greca, que hoje é secretário da Comunicação do governo Jaime Lerner.

A Nau Capitânia fica em Paranaguá e depois vai para Antonina onde deve permanecer atracada até o dia 11 de fevereiro. De lá, a réplica volta para o Rio de Janeiro. De acordo com o almirante, a viagem só foi possível com o convite e a ajuda financeira dada pelas prefeituras de Paranaguá e também de Antonina. Segundo Castello Branco, em média a viagem custa R$ 1,5 mil por dia. No total, a previsão de gastos para a vinda e permanência no Paraná deve custar R$ 25 mil para pagar o combustível, a tripulação, a alimentação e a atracação, que quase não teve um final feliz em Paranaguá.


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