A greve no transporte coletivo de Curitiba e região deve continuar durante o carnaval. Nesta quinta-feira (27), no segundo dia de paralisação, os empregados e patrões se reuniram novamente no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e, na falta de acordo, a desembargadora Ana Carolina Zaina decidiu marcar a nova audiência somente para o dia 6 de março.
Com a decisão da magistrada, permanece na Grande Curitiba, até depois do carnaval, a circulação de 50% da frota de ônibus em horários de pico e 30% no resto do dia. Em caso de descumprimento dessa decisão, a multa a ser paga pelo sindicato da categoria é de R$ 100 mil por dia. De acordo com a desembargadora, apesar do feriado, ainda há possibilidade, caso as partes decidam, de convocar uma audiência durante o carnaval. "Possibilidade de antecipar a audiência sempre há. Permaneceremos na cidade e o TRT tem plantões", diz.
Antes da audiência, o Sindicato dos Motoristas e Cobradores (Sindimoc), reunido com a categoria, acatou, em assembleia, a sugestão de Ana Carolina de reajuste de 10,5%. Porém, os empresários propuseram aumento de 7,26%. O Ministério Público do Trabalho (MPT) fez nova proposta, de aumento de 8,5% para motoristas e 10,5% para cobradores.
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O advogado dos empresários, Carlos Santiago, disse que essa porcentagem será avaliada pelo patronal. Já o presidente do Sindimoc, Anderson Teixeira, apesar de confirmar a mesma análise pelos empregados, diz que a categoria chegou ao limite de redução das propostas. "Nós entendemos que o mínimo que a categoria exige é de 10,5%".
Comércio - o primeiro dia de greve dos motoristas e cobradores de ônibus provocou queda de 70% do movimento de vendas do comércio na Capital. Os dados foram levantados pela pesquisa da ACP - Datacenso, realizada nesta quinta-feira com 200 comerciantes. Os entrevistados disseram que apenas 54% dos empregados compareceram ao trabalho, enquanto 46% não tiveram condições de chegar aos estabelecimentos comerciais.
O diretor do Instituto Datacenso, Cláudio Shimoyama, disse que muitas lojas acabaram fechando as portas pela falta de funcionários. ''Algumas não puderam funcionar porque, devido à falta de empregados no setor de caixa, as vendas não poderiam ser finalizadas'', afirmou.